Summary: | Em tempos recentes tem-se debatido muito as mobilizações anti- austeridade ocorridas na Europa do Sul desde 2010. Os comentadores frisaram a emergência de novos atores políticos, tais como o precariado, organizados em movimentos pouco estruturados com base nas tecnologias de informação e comunicação. Até que ponto é que estes movimentos refletem a dinâmica subjacente deste ciclo de protestos e como é que interagem com os atores políticos tradicionais? Utilizando Portugal como um caso-estudo, este artigo traça o mapa das ações políticas reivindicativas anti-austeridade entre os anos de 2010 e 2013, revelando uma panorâmica mais complexa, onde os atores tradicionais, incluindo os sindicatos e os partidos políticos de esquerda, emergem como atores-chave, facilitando e nutrindo a mobilização intermitente de novas formas de ativismo, procurando ao mesmo tempo ganhar com elas acesso a novas clientelas eleitorais
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