Doenças infecciosas e abordagens ecossistémicas à saúde

Existem, actualmente, dois movimentos muito fortes nas ciências da saúde: um movimento para o interior do corpo, para o interior da célula, para o gene, para as partículas micro, e um movimento para os contextos sócio-ecológicos em que se inserem os organismos. O discurso contemporâneo sobre doenças...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Oriana Rainho Brás
Format: Article
Language:English
Published: Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra 2008-12-01
Series:e-cadernos ces
Subjects:
Online Access:http://journals.openedition.org/eces/1463
_version_ 1811309886970003456
author Oriana Rainho Brás
author_facet Oriana Rainho Brás
author_sort Oriana Rainho Brás
collection DOAJ
description Existem, actualmente, dois movimentos muito fortes nas ciências da saúde: um movimento para o interior do corpo, para o interior da célula, para o gene, para as partículas micro, e um movimento para os contextos sócio-ecológicos em que se inserem os organismos. O discurso contemporâneo sobre doenças (re) emergentes parece falar mais da maior consciência dos limites da compreensão, e, portanto, da prevenção e tratamento das doenças infecciosas no seu contexto (histórico, social, político, biológico, ecológico) do que de uma nova dinâmica de emergência de doenças. Estas doenças têm incidido mais intensamente ao longo das linhas de desigualdade, em diferentes contextos geográficos. O modelo triangular para as doenças infecciosas – agente, hospedeiro, ambiente – foi instrumental para o desenvolvimento da compreensão dessas doenças. Ainda que o vértice do ambiente tenha sido bastante negligenciado, hoje notamos que a percepção de infecções (re) emergentes como ameaças mundiais é acompanhada de profundas reflexões sobre abordagens ecossistémicas à saúde. Não se trata apenas de alargar as fronteiras do sistema para integrar o ambiente físico, mas de o considerar como bio-eco-social e histórico e de atentar profundamente à complexidade das relações que o compõem, entre dimensões que quotidianamente se relacionam mas que resistem à teorização e à intervenção: as sociais, as individuais, as ecológicas, as políticas, as económicas, as biológicas, as psicológicas...Tendo por base uma análise bibliográfica comparada, pretendo explorar as contribuições das abordagens ecossistémicas às doenças infecciosas para a sua compreensão e para a (re) elaboração das formas de intervenção sobre as mesmas.
first_indexed 2024-04-13T09:48:48Z
format Article
id doaj.art-c5ff55c307a84e5baa07dd50b73d8a20
institution Directory Open Access Journal
issn 1647-0737
language English
last_indexed 2024-04-13T09:48:48Z
publishDate 2008-12-01
publisher Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
record_format Article
series e-cadernos ces
spelling doaj.art-c5ff55c307a84e5baa07dd50b73d8a202022-12-22T02:51:38ZengCentro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbrae-cadernos ces1647-07372008-12-01210.4000/eces.1463Doenças infecciosas e abordagens ecossistémicas à saúdeOriana Rainho BrásExistem, actualmente, dois movimentos muito fortes nas ciências da saúde: um movimento para o interior do corpo, para o interior da célula, para o gene, para as partículas micro, e um movimento para os contextos sócio-ecológicos em que se inserem os organismos. O discurso contemporâneo sobre doenças (re) emergentes parece falar mais da maior consciência dos limites da compreensão, e, portanto, da prevenção e tratamento das doenças infecciosas no seu contexto (histórico, social, político, biológico, ecológico) do que de uma nova dinâmica de emergência de doenças. Estas doenças têm incidido mais intensamente ao longo das linhas de desigualdade, em diferentes contextos geográficos. O modelo triangular para as doenças infecciosas – agente, hospedeiro, ambiente – foi instrumental para o desenvolvimento da compreensão dessas doenças. Ainda que o vértice do ambiente tenha sido bastante negligenciado, hoje notamos que a percepção de infecções (re) emergentes como ameaças mundiais é acompanhada de profundas reflexões sobre abordagens ecossistémicas à saúde. Não se trata apenas de alargar as fronteiras do sistema para integrar o ambiente físico, mas de o considerar como bio-eco-social e histórico e de atentar profundamente à complexidade das relações que o compõem, entre dimensões que quotidianamente se relacionam mas que resistem à teorização e à intervenção: as sociais, as individuais, as ecológicas, as políticas, as económicas, as biológicas, as psicológicas...Tendo por base uma análise bibliográfica comparada, pretendo explorar as contribuições das abordagens ecossistémicas às doenças infecciosas para a sua compreensão e para a (re) elaboração das formas de intervenção sobre as mesmas.http://journals.openedition.org/eces/1463doenças infeciosasabordagens ecossistémicassaúde
spellingShingle Oriana Rainho Brás
Doenças infecciosas e abordagens ecossistémicas à saúde
e-cadernos ces
doenças infeciosas
abordagens ecossistémicas
saúde
title Doenças infecciosas e abordagens ecossistémicas à saúde
title_full Doenças infecciosas e abordagens ecossistémicas à saúde
title_fullStr Doenças infecciosas e abordagens ecossistémicas à saúde
title_full_unstemmed Doenças infecciosas e abordagens ecossistémicas à saúde
title_short Doenças infecciosas e abordagens ecossistémicas à saúde
title_sort doencas infecciosas e abordagens ecossistemicas a saude
topic doenças infeciosas
abordagens ecossistémicas
saúde
url http://journals.openedition.org/eces/1463
work_keys_str_mv AT orianarainhobras doencasinfecciosaseabordagensecossistemicasasaude