Impossibilidade da renúncia do uso público da razão em Hannah Arendt

O artigo pretende revisitar a definição de uso público da razão e a impossibilidade da sua renúncia segundo Hannah Arendt com base em elementos que ela identificou na obra: “Eichmann em Jerusalém, um relato sobre a banalidade do mal”. Para tanto, apresenta uma breve evolução do conceito ético-polít...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Edimar Brígido, Fábio André Santos Muniz, Fátima Raquel Szinwelski
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual do Ceará 2021-07-01
Series:Kalagatos
Subjects:
Online Access:https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/6262
Description
Summary:O artigo pretende revisitar a definição de uso público da razão e a impossibilidade da sua renúncia segundo Hannah Arendt com base em elementos que ela identificou na obra: “Eichmann em Jerusalém, um relato sobre a banalidade do mal”. Para tanto, apresenta uma breve evolução do conceito ético-políti-co de razão e seu uso de Sócrates até o Ilu-minismo e aponta a ligação do pensamento de Arendt ao de Kant, para identificar a am-pliação que ela faz da análise do uso da fa-culdade de julgar desenvolvida por ele. Isso porque a visão oitocentista da faculdade de julgar se mostrou insuficiente para explicar os efeitos históricos que a renúncia ao uso público da razão acarreta para a civilização a partir do fim do século XIX até os dias de hoje. Isso por força da escalada dos geno-cídios e massacres do período. Para isso, colheu-se dados históricos, literários e de reflexões de autores, cujo pensamento é próximo ao de Arendt e recorreu-se a outras obras da autora, tudo para ilustrar e explicar que a escalada genocida e dos massacres se dá em consonância com o crescimento das sociedades de massa industrial e pós--industrial. A conclusão a que se chega é de que a renúncia à faculdade de julgar deri-vada do modelo econômico e social atual e leva a uma aporia: uma contraditória amea-ça à vida em nome da vida.
ISSN:1808-107X
1984-9206