OS PRIMÓRDIOS DO ROMANCE PORTUGUÊS DE ATUALIDADE: DEPRAVAÇÃO SOCIAL E EXACERBAÇÃO IDEALISTA

Neste estudo, recordam-se dois textos “menores” do início da nossa produção romanesca de matéria contemporânea, surgida nas duas décadas que separam as Viagens de Garrett (1843-1846) das obras de Júlio Dinis (publicadas entre 1866 e 1871): Memórias de um Doido (1849/1859), de António Pedro Lopes de...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ofélia Paiva Monteiro
Format: Article
Language:English
Published: Imprensa da Universidade de Coimbra 2017-07-01
Series:Revista de Estudos Literários
Subjects:
Online Access:https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/5856
Description
Summary:Neste estudo, recordam-se dois textos “menores” do início da nossa produção romanesca de matéria contemporânea, surgida nas duas décadas que separam as Viagens de Garrett (1843-1846) das obras de Júlio Dinis (publicadas entre 1866 e 1871): Memórias de um Doido (1849/1859), de António Pedro Lopes de Mendonça, que José Augusto França reeditou modernamente, outro quase completamente esquecido, O Cético (1852), de D. João de Azevedo. Pretende-se deixar em relevo quanto a ficção que representam, mesmo sem grande qualidade, documenta, integrando uma componente satírica muito forte, importantes encruzilhadas ideológicas e literárias que então se colocaram: por um lado, a condenação da falsidade moral, da corrupção social e da arteirice política do liberalismo espúrio de meados do século, marcado por jogos de poder, ganância, nepotismo; por outro, o pendor da poesia lírica (ultrarromantismo), também presente na própria ficção, para se centrar nas aspirações da alma poética, sedentas de uma luz que aliena da mesquinhez do real.
ISSN:2182-1526
2183-847X