Boas práticas na fase pré-analítica das hemoculturas: um estudo quasi-experimental num serviço de urgência

Introdução: A hemocultura identifica inequivocamente o microrganismo responsável por uma infeção da corrente sanguínea. O seu valor diagnóstico depende da qualidade de cada momento da fase pré-analítica, sendo o cumprimento integral das boas práticas recomendadas um aspeto essencial. O enfermeiro d...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Tânia Baptista, Joana Sousa
Format: Article
Language:English
Published: Instituto Politécnico de Viseu 2024-02-01
Series:Millenium
Subjects:
Online Access:https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/31247
Description
Summary:Introdução: A hemocultura identifica inequivocamente o microrganismo responsável por uma infeção da corrente sanguínea. O seu valor diagnóstico depende da qualidade de cada momento da fase pré-analítica, sendo o cumprimento integral das boas práticas recomendadas um aspeto essencial. O enfermeiro deve implementar as recomendações mais atuais, suportadas pela evidência científica, para evitar a contaminação externa da amostra e obter uma taxa de contaminação inferior a 3%. Objetivo: Analisar o impacto de intervenção formativa no conhecimento e na prática dos enfermeiros sobre a fase pré-analítica das hemoculturas. Métodos: Este estudo segue uma metodologia quasi-experimental, prospetiva e longitudinal um questionário de avaliação de conhecimentos, com base numa pesquisa narrativa da literatura, elaboração de um plano de formação e a construção de um Procedimento Específico. O questionário de avaliação de conhecimento foi aplicado em dois momentos - antes e após a formação aos enfermeiros. Resultados: Participaram no estudo 60% dos enfermeiros de um Serviço de Urgência, constituindo uma amostra não probabilística de conveniência. Antes da intervenção, os participantes acertaram em 60,4% das questões, aumentando para 78,3% dois meses após a intervenção. Observou-se uma mudança positiva em todas as questões colocadas, com 67,4% da amostra a evidenciar um aumento de conhecimento. A taxa de contaminação das hemoculturas atingiu 12,1% dois meses antes da intervenção, sem redução após a mesma. Conclusão: O conhecimento dos enfermeiros melhorou após realização de formação em serviço e implementação de um Procedimento Específico (p<0,001). Todavia, não ocorreu redução da taxa de contaminação, verificando-se resistência à mudança comportamental. É necessário manter a intervenção educativa e acrescentar outras estratégias adequadas às características da equipa, de forma a reduzir efetivamente a taxa de contaminação das hemoculturas.
ISSN:0873-3015
1647-662X