Dominação e modernidade regressiva, call centers e trabalho em Portugal

Este artigo aborda o setor dos call centers em Portugal, as suas formas de organização de trabalho no quadro da precariedade como fenómeno generalizado. A construção de consensos capazes de garantir processos de funcionamento em que trabalhadores e trabalhadoras, progressivamente adquirem estatuto d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: João Carlos Louçã
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2015-12-01
Series:Esboços
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/40666
Description
Summary:Este artigo aborda o setor dos call centers em Portugal, as suas formas de organização de trabalho no quadro da precariedade como fenómeno generalizado. A construção de consensos capazes de garantir processos de funcionamento em que trabalhadores e trabalhadoras, progressivamente adquirem estatuto de “colaboradores”, tornando mais frágil o seu vínculo formal com as entidades empregadoras, é potenciado pela hegemonia do discurso do mérito individual e da flexibilidade. Por outro lado, a globalização capitalista assegura uma rede de relações em que a origem do capital se encontra desfocada por uma realidade em que o trabalhador se encontra a trabalhar através de empresas intermediárias e onde quem tem o poder real dentro de um call center não é nunca o empregador. Clientes confundem-se com patrões numa confusão de papéis que protege o capital e torna o trabalho mais dependente, retirando-lhe capacidade de luta e transformando o conflito de classes num jogo de sombras.
ISSN:1414-722X
2175-7976