Avaliação da Perda Auditiva em Doentes com Tuberculose Multirresistente

Introdução: A tuberculose multirresistente e a extensivamente resistente constituem atualmente a principal ameaça ao controlo da tuberculose a nível mundial. O seu tratamento exige o uso de um esquema terapêutico com fármacos de segunda linha por um período mínimo de 20 meses, onde se incluem amino...

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Bibliographic Details
Main Authors: Leandro Ribeiro, Claudia Sousa, Aida Sousa, Catarina Ferreira, Raquel Duarte, António Faria e Almeida, Artur Condé
Format: Article
Language:English
Published: Ordem dos Médicos 2015-01-01
Series:Acta Médica Portuguesa
Online Access:https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5783
Description
Summary:Introdução: A tuberculose multirresistente e a extensivamente resistente constituem atualmente a principal ameaça ao controlo da tuberculose a nível mundial. O seu tratamento exige o uso de um esquema terapêutico com fármacos de segunda linha por um período mínimo de 20 meses, onde se incluem aminoglicosídeos durante um período de cerca de oito meses. Estes estão associados a alterações cocleovestibulares permanentes. Material e Métodos: Estudo transversal que pretende avaliar a função auditiva em indivíduos que terminaram tratamento por tuberculose multirresistente (com esquema que incluia aminoglicosídeos) no Centro de Referência Regional para a Tuberculose Multirresistente da Sub-Região de Saúde do Norte entre os anos de 2009 e 2012. Os doentes que preencheram os critérios de inclusão foram convocados para a realização de: exame objetivo otorrinolaringológico, audiograma tonal e vocal, otoemissões acústicas por produtos de distorção nas frequências de 2000-5000 Hz e timpanograma. Resultados: Entre 2009 e 2012 foram referenciados 27 casos para o Centro de Referência para a tuberculose multirresistente da Região Norte, tendo-se verificado cinco óbitos. Dos 22 indivíduos convocados, compareceram 11. Estes possuíam idades compreendidas entre os 31 e os 59 anos (41 ± 10). A amicacina foi usada em 80% e a capreomicina nos restantes. Seis (60%) dos utentes estudados apresentaram surdez neurossensorial. As otoemissões acústicas foram negativas em todos os doentes com hipoacúsia neurossensorial, o que confirma a sua origem coclear. Discussão/ Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem a necessidade de existir uma monitorização audiológica mais frequente nos indivíduos com tuberculose multirresistente tratados com aminoglicosídeos permitindo detectar mais precocemente a perda auditiva. Palavras-chave: Aminoglicosídeos; Perda Auditiva; Tuberculose Multirresistente.
ISSN:0870-399X
1646-0758