Summary: | Este artigo analisa o proceso de cambio desencadeado pela eleição de Evo Morales na Bolívia em 2005. Após contextualizar a ascensão política do líder cocalero, localizo acontecimentos que ocasionaram fissuras em sua base popular, principalmente após sua reeleição em 2009. A partir deste ponto, analiso diferentes segmentos que sustentam o governo e as políticas que lastreiam este apoio, com o propósito de identificar a natureza do projeto do MAS. Minha hipótese é que os conflitos que fraturaram a base social do governo não constituem "tensões criativas da revolução", como propõe o vice-presidente García Linera, mas indicam um desgaste que se evidenciou na derrota do referendo por um quarto mandato para Morales em fevereiro de 2016. Em termos regionais, a análise do processo social em um dos países que protagonizou a onda progressista sul-americana, enseja uma problematização da natureza dos vínculos regionais estimulados neste contexto, em particular pelas gestões petistas no Brasil.
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