Entre vedetes e “homens em travesti”

O objetivo deste artigo é fazer uma discussão sobre como os homossexuais da primeira metade do século XX (os “sodomitas”, “frescos”, “bagaxas” e “invertidos” como eram chamados) se apropriaram dos territórios públicos da cidade do Rio de Janeiro e desenvolveram tecnologias e práticas de resistência...

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Bibliographic Details
Main Authors: Thiago Barcelos Soliva, João Gomes Junior
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Juiz de Fora 2020-04-01
Series:Locus
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/30003
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description O objetivo deste artigo é fazer uma discussão sobre como os homossexuais da primeira metade do século XX (os “sodomitas”, “frescos”, “bagaxas” e “invertidos” como eram chamados) se apropriaram dos territórios públicos da cidade do Rio de Janeiro e desenvolveram tecnologias e práticas de resistência capazes de burlar as convenções burguesas e cisheteronormativas, travando inclusive relação com o Teatro de Revista e as vedetes. A partir da premissa da organização de longa duração dos homossexuais no Brasil, percebe-se que aqueles homens aprenderam a estabelecer entre si redes de sociabilidade e assim enfrentaram a moral burguesa e os discursos médico e jurídico que os perseguiam e excluíam. Mais do que experiências conformadoras dos indivíduos, a efeminação, por exemplo, era adotada muitas vezes como mecanismo de resistência ao controle institucional e à normatividade de gênero, e o Teatro de Revista se constituiu como uma possibilidade de agência na qual era possível remodelar projetos de vida de que as diversidades de gênero e sexualidade passaram a ser parte constitutiva. As fontes aqui utilizadas foram teses e livros médicos, arquivos de antropologia criminal e manchetes de revista e jornal, e a temporalidade da análise foi demarcada pelos anos de 1900 e 1950.
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issn 1413-3024
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language Portuguese
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publishDate 2020-04-01
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