O trabalho do professor de atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais em escolas da Baixada Fluminense

Este estudo teve como objetivo analisar o trabalho do professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) em três escolas de dois municípios da Baixada Fluminense. Participaram da pesquisa qualitativa 19 profissionais que trabalhavam diretamente com in...

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Bibliographic Details
Main Authors: Ana Paula Pacheco, Helenice Maia
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estácio de Sá 2017-07-01
Series:Revista Educação e Cultura Contemporânea
Online Access:http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/view/3557
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Helenice Maia
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description Este estudo teve como objetivo analisar o trabalho do professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) em três escolas de dois municípios da Baixada Fluminense. Participaram da pesquisa qualitativa 19 profissionais que trabalhavam diretamente com inclusão, sendo quatro professores de classe regular, cinco professores AEE, cinco orientadores educacionais, um estimulador e um intérprete que atuavam nas três escolas, dois responsáveis pela Educação Especial, um de cada município, e o responsável pelas Salas de Recursos de um dos municípios. Foram utilizadas técnicas de investigação variadas como análise documental, observação nas SRM e em classes regulares com aluno incluído, aplicação de questionário e realização de entrevistas semi-diretivas. O material coletado foi tratado de acordo com seu conteúdo conforme proposto por Bardin (2011). Constatou-se que a falta de horário para planejamento conjunto, as dificuldades para realizar trabalho colaborativo, o atendimento em contra turno e as precárias condições de materiais didático-pedagógicos são fatores impeditivos para a efetivação da proposta de Educação Inclusiva. De acordo com os professores de classe regular, para que o professor de AEE nas SRM desenvolva seu trabalho é necessário que seja capacitado para isso, tenha paciência e respeite o aluno deficiente, cabendo-lhe reforçar os conteúdos ensinados na sala de aula e a responsabilidade pelo sucesso da inclusão. Os professores do AEE são, então, identificados como “salvadores da pátria”, pois diante das inúmeras dificuldades enfrentadas para incluir o aluno com deficiência, é ele quem “salva” a escola e os alunos, tentando executar seu trabalho da melhor maneira possível. São os “heróis”, aqueles que retiram forças de onde não têm, que são capazes de realizar “tarefas heroicas” (FISCHMAN, 2009), sendo estas nada mais do que “estratégias de sobrevivência” (WOODS, 1990) indispensáveis para encarar o cotidiano escolar. Quanto ao professor de AEE, os mesmos não se veem nem como “heróis”, nem como “salvadores”, pois consideram que a inclusão é tarefa de todos os envolvidos com o processo educativo. Consideram que seu trabalho envolve diferentes atividades que são desenvolvidas com os alunos com deficiência que não são de reforço escolar e que a SRM não é um espaço reservado e adequado para isso.
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