PERFIL DA EXPRESSÃO DE TERRA E PROTEÍNAS TELOMÉRICAS NA LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA E AUMENTO DA TAXA DE APOPTOSE EM LINHAGENS CELULARES DE LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA COM A DIMINUIÇÃO DE TERRA
TERRA (do inglês telomeric repeat-containing RNA) é um RNA longo não-codificante transcrito a partir das regiões subteloméricas e teloméricas. Os transcritos de TERRA possuem sequências repetidas em tandem ricas em Guanina oriundas das sequências teloméricas TTAGGG e formam híbridos de DNA:RNA nas r...
Main Authors: | , , , , , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2021-10-01
|
Series: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137921004375 |
_version_ | 1818743912732295168 |
---|---|
author | LFB Catto FS Donaires ALP Santos D Fantacini MF Tellechea BS Telho BAA Santana RT Calado |
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description | TERRA (do inglês telomeric repeat-containing RNA) é um RNA longo não-codificante transcrito a partir das regiões subteloméricas e teloméricas. Os transcritos de TERRA possuem sequências repetidas em tandem ricas em Guanina oriundas das sequências teloméricas TTAGGG e formam híbridos de DNA:RNA nas regiões teloméricas denominados R-loops. A alta expressão de TERRA e a formação de R-loops promove dano ao DNA telomérico e, consequente, encurtamento telomérico. TERRA participa de um mecanismo de feedback que depende do ciclo celular e do comprimento telomérico. Em telômeros longos, os R-loops são degradados pelas enzimas RNaseH1 e RNaseH2 antes da replicação telomérica, o que permite o alongamento telomérico a partir da telomerase. Em tolemeros criticamente curtos, essas enzimas não são recrutadas, ocorre acúmulo de R-loops, estresse replicativo e ativação de vias de reparo dirigido por homologia. Essas vias promovem alongamento telomérico por via alternativas a telomerase. As leucemias mielóides agudas (LMAs) são caracterizadas pela expansão de células mielóides imaturas e insuficiência da medula óssea. Atualmente, as LMAs são classificadas em 6 grandes grupos: 1) LMAs com alterações citogenéticas recorrentes; 2) LMAs relacionadas a terapia; 3) LMAs relacionadas a alterações Mielodisplásicas; 4) LMAs sem outra especificação; 5) Sarcoma mielóide e 6) proliferação mielóide relacionada a Síndrome de Down. Como exposto anteriormente, o acúmulo de TERRA em telômeros curtos desencadeia, indiretamente, vias de reparo homólogo que podem promover alongamento telomérico independente de telomerase. Comprimento telomérico curto é uma característica de blastos na LMA. O objetivo do presente estudo foi determinar a contribuição de TERRA para a leucemogênese na LMA. Para isso, a dinâmica telomérica e a expressão de TERRA foram investigadas em células leucêmicas de medula óssea de pacientes ao diagnóstico e em linhagens de LMA. A RNaseH1 foi superexpressa em linhagens com alta expressão de TERRA e telômero curto para verificar se há aumento da taxa de apoptose. Oitenta e oito pacientes foram utilizados na análise final. A média de idade foi de 43 anos, sendo a relação M:F de 1:1. O diagnóstico de LMA foi categorizado conforme a atualização da OMS de 2016, sendo: Leucemia promielocítica aguda, 23/88 pacientes; LMA com t(8;21)(q22;q22.1), RUNX1-RUNX1T1, 9/88 pacientes; LMA com t(16;16)(p13.1;q22), CBFB-MYH11, 3/88 pacientes; LMA com NPM1 mutado, 11/98 pacientes, LMA com mutação bialélica do CEBPA, 2/88 pacientes; LMA sem outra especificações, 40/88 pacientes. A taxa de resposta completa após a primeira indução (IR) foi de 55,6%, de resposta parcial foi de 5,6%. Seis pacientes foram refratários a IR, 6,8% dos pacientes. Os dados de expressão de TERRA 10q, 15q, 20q, XqYq, XpYp, 17p, ATRX, RNaseH1, RNaseH2, TERT, TRF2 obtidos por RT-qPCR e comprimento telomérico realizados por PCR foram normalizados e utilizados para realizar a hierarquização por cluster através do cálculo por distância euclidiana. As leucemias foram classificadas em 4 clusters, denominados HCL1-4 (figura 1). O grupo 2 destaca-se pela alta expressão de TERRA e baixa expressão de ATRX, RNaseH1, RNaseH2, TERT, TRF2 e alta expressão TERRA 10q, 15, 20q e XqYq. O ensaio com MTT demonstrou que as linhagens nas linhagens NB4 (linhagem de leucemia promielocítica) e THP-1 (linhagem de leucemia mielóide aguda com diferenciação monocítica) que superexpressão RNaseH1 são mais susceptíveis a citarabina do que aquelas transfectadas com vetor vazio. |
first_indexed | 2024-12-18T02:35:57Z |
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institution | Directory Open Access Journal |
issn | 2531-1379 |
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publishDate | 2021-10-01 |
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Os transcritos de TERRA possuem sequências repetidas em tandem ricas em Guanina oriundas das sequências teloméricas TTAGGG e formam híbridos de DNA:RNA nas regiões teloméricas denominados R-loops. A alta expressão de TERRA e a formação de R-loops promove dano ao DNA telomérico e, consequente, encurtamento telomérico. TERRA participa de um mecanismo de feedback que depende do ciclo celular e do comprimento telomérico. Em telômeros longos, os R-loops são degradados pelas enzimas RNaseH1 e RNaseH2 antes da replicação telomérica, o que permite o alongamento telomérico a partir da telomerase. Em tolemeros criticamente curtos, essas enzimas não são recrutadas, ocorre acúmulo de R-loops, estresse replicativo e ativação de vias de reparo dirigido por homologia. Essas vias promovem alongamento telomérico por via alternativas a telomerase. As leucemias mielóides agudas (LMAs) são caracterizadas pela expansão de células mielóides imaturas e insuficiência da medula óssea. Atualmente, as LMAs são classificadas em 6 grandes grupos: 1) LMAs com alterações citogenéticas recorrentes; 2) LMAs relacionadas a terapia; 3) LMAs relacionadas a alterações Mielodisplásicas; 4) LMAs sem outra especificação; 5) Sarcoma mielóide e 6) proliferação mielóide relacionada a Síndrome de Down. Como exposto anteriormente, o acúmulo de TERRA em telômeros curtos desencadeia, indiretamente, vias de reparo homólogo que podem promover alongamento telomérico independente de telomerase. Comprimento telomérico curto é uma característica de blastos na LMA. O objetivo do presente estudo foi determinar a contribuição de TERRA para a leucemogênese na LMA. Para isso, a dinâmica telomérica e a expressão de TERRA foram investigadas em células leucêmicas de medula óssea de pacientes ao diagnóstico e em linhagens de LMA. A RNaseH1 foi superexpressa em linhagens com alta expressão de TERRA e telômero curto para verificar se há aumento da taxa de apoptose. Oitenta e oito pacientes foram utilizados na análise final. A média de idade foi de 43 anos, sendo a relação M:F de 1:1. O diagnóstico de LMA foi categorizado conforme a atualização da OMS de 2016, sendo: Leucemia promielocítica aguda, 23/88 pacientes; LMA com t(8;21)(q22;q22.1), RUNX1-RUNX1T1, 9/88 pacientes; LMA com t(16;16)(p13.1;q22), CBFB-MYH11, 3/88 pacientes; LMA com NPM1 mutado, 11/98 pacientes, LMA com mutação bialélica do CEBPA, 2/88 pacientes; LMA sem outra especificações, 40/88 pacientes. A taxa de resposta completa após a primeira indução (IR) foi de 55,6%, de resposta parcial foi de 5,6%. Seis pacientes foram refratários a IR, 6,8% dos pacientes. Os dados de expressão de TERRA 10q, 15q, 20q, XqYq, XpYp, 17p, ATRX, RNaseH1, RNaseH2, TERT, TRF2 obtidos por RT-qPCR e comprimento telomérico realizados por PCR foram normalizados e utilizados para realizar a hierarquização por cluster através do cálculo por distância euclidiana. As leucemias foram classificadas em 4 clusters, denominados HCL1-4 (figura 1). O grupo 2 destaca-se pela alta expressão de TERRA e baixa expressão de ATRX, RNaseH1, RNaseH2, TERT, TRF2 e alta expressão TERRA 10q, 15, 20q e XqYq. O ensaio com MTT demonstrou que as linhagens nas linhagens NB4 (linhagem de leucemia promielocítica) e THP-1 (linhagem de leucemia mielóide aguda com diferenciação monocítica) que superexpressão RNaseH1 são mais susceptíveis a citarabina do que aquelas transfectadas com vetor vazio.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137921004375 |
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