Summary: | A literatura preconiza que as normas e os valores culturais de uma nação moldam as instituições formais e as práticas de governança corporativa. Nesse contexto, investiga-se empiricamente a relação entre a cultura nacional e a governança corporativa, com base nos preceitos da Teoria da Economia dos Custos de Transação. Foram analisadas 229 empresas estrangeiras listadas na Nyse. Para a cultura, foram consideradas as seis dimensões culturais de Hofstede (1980), referentes ao país: aversão à incerteza, distância do poder, individualismo, indulgência, masculinidade e orientação de longo prazo. As características de governança corporativa das empresas (variáveis dependentes), coletadas na base Bloomberg®, correspondem ao disclosure e à estrutura de governança. A análise quantitativa foi realizada com base em estatística descritiva, correlação de Spearman e testes de regressão. Os resultados evidenciaram relações significativas entre as variáveis cultura nacional e o disclosure de governança corporativa, tamanho do conselho de administração, participação feminina nesse colegiado e independência da diretoria, indicando que as seis dimensões da cultura nacional exercem influência sobre o disclosure e a estrutura de governança corporativa num contexto cross-national, embora nem todas as hipóteses tenham sido confirmadas. O estudo põe em evidência o papel da cultura do país nas características das empresas e contribui para a discussão acerca da consideração da cultura nacional na pesquisa econômica e financeira, fornecendo evidências empíricas do seu poder de influência. Assim, aponta-se a necessidade de as empresas levarem em conta a cultura nacional em suas práticas de governança, com vistas à redução de custos de transação derivados do impacto da cultura do país.
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