Moda e Decolonialidade: Colonialismo, vestuário e binarismo
Entendemos que o conceito Moda compõe, em seu espectro histórico-sociológico, categorias nascidas no seio da colonialidade do poder. A um só tempo, a noção de Moda associa capacidades intelectuais, produtivas, de cultura e espaço-tempo. Assim, perguntamos se há colonialismo nos primeiros textos soc...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Federal de Sergipe
2023-01-01
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Series: | Tomo |
Subjects: | |
Online Access: | https://seer.ufs.br/index.php/tomo/article/view/17545 |
Summary: | Entendemos que o conceito Moda compõe, em seu espectro histórico-sociológico, categorias nascidas no seio da colonialidade do poder. A um só tempo, a noção de Moda associa capacidades intelectuais, produtivas, de cultura e espaço-tempo. Assim, perguntamos se há colonialismo nos primeiros textos sociológicos brasileiros que abordam a moda, notadamente em Gilberto Freyre e em Gilda de Mello e Souza. O objetivo deste trabalho é questionar como as diversas abordagens sobre o vestuário, desenvolvidas a partir da epistemologia do Eixo Norte, legitimam e produzem uma leitura que hierarquiza as relações de roupa, modos e moda, reproduzindo e divulgando a concepção de que o vestir das sociedades não-brancas está engessado ou é inferior. A proposta é problematizar o binarismo categórico da colonialidade Moda (desenvolvida) versus indumentária/traje (primitiva): este último relaciona os colonizados à ideia de tradição-cópia-indumentária, enquanto ao colonizador são associadas modernidade-inovação-moda. Nesta divisão, a moda europeia determina as categorias de classificação e relacionamento do vestuário no sistema-mundo, ao passo que, estabelece sua posição de hierarquia e poder no campo das decisões da moda, estabelecendo “A” forma de se relacionar e produzir. Desta maneira, como compreender as dinâmicas e as lacunas de silenciamentos e apagamentos que o projeto da modernidade impeliu como prática universal? Como formular uma crítica radical à epistemologia colonial que opõe criação versus cópia?
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ISSN: | 1517-4549 2318-9010 |