Summary: | O objetivo aqui será analisar a tensão entre verdade e ficção no jornalismo. A entrevista é o procedimento básico de coleta de dados no jornalismo. Não há dúvida então que as principais fontes para a elaboração de reportagens e notícias são as declarações e relatos orais dos entrevistados. Acontece que toda entrevista lida com a rememoração oral e a memória é sempre seletiva e imaginativa. Assim, o jornalismo, ao mesmo tempo que promete mostrar a “verdade”, de forma objetiva, imparcial, transparente, não pode escapar da fecundidade das fontes que utiliza. Esquecimentos, eliminações, recriações, resignificações. Tentaremos recuperar aqui algumas discussões sobre o papel do jornalismo e dialogar com reflexões de outros campos que também enfrentam a mesma tensão. Essas reflexões apontam na direção de um entendimento dos textos como facilitadores da empatia, possibilidades de contato com “experiências” de vida, com mitobiografias. O que transcenderia, portanto, o papel informativo. PALAVRAS-CHAVE: Entrevista; jornalismo; memória.
|