FA D’AMBÔ: Língua crioula de Ano Bom

O isolamento da ilha de Ano  Bom, na Guiné Equatorial, e as condições sócio-históricas de seu povoamento permitiram o surgimento de duas línguas: o fa d’ambô e a língua das cerimônias dos sangitan e das viuvas. Neste texto, apresentamos um panorama do fa d’ambô, crioulo de base lexical portuguesa fa...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Gabriel Antunes Araujo, Ana Lívia dos Santos Agostinho, Alfredo Christofoletti Silveira, Shirley Freitas, Manuele Bandeira
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Campinas 2013-12-01
Series:Cadernos de Estudos Lingüísticos
Subjects:
Online Access:https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8637289
Description
Summary:O isolamento da ilha de Ano  Bom, na Guiné Equatorial, e as condições sócio-históricas de seu povoamento permitiram o surgimento de duas línguas: o fa d’ambô e a língua das cerimônias dos sangitan e das viuvas. Neste texto, apresentamos um panorama do fa d’ambô, crioulo de base lexical portuguesa falado na Ilha de Ano Bom, na Guiné Equatorial. Em seguida, mostramos que o fa d’ambô não é a única herança linguística portuguesa na Ilha de Ano Bom, uma vez que, até os dias atuais, os anobonenses preservam uma variante linguística empregada em cerimônias religiosas. Embora a colonização portuguesa na Ilha de Ano Bom tenha sido irregular, os fatos linguísticos e culturais, um representado pela línguas fa d’ambô e cerimonial e o outro representado pela cultura cristã, são provas inequívocas da relação destes elementos com o mundo português, de um lado e, de outro lado, da sobrevivência de características únicas da civilização portuguesa na Ilha de Ano Bom. Mostraremos que o estudo das línguas da Ilha de Ano Bom é uma oportunidade para aumentarmos a nossa compreensão sobre a gênese do protocrioulo do Golfo da Guiné, em particular, sobre as línguas crioulas, em geral, e sobre o mecanismo de preservação de variedades semicristalizadas.
ISSN:2447-0686