Summary: | Várias das noções atribuídas às mulheres "solteiras" presentes na teoria social e no senso comum remetem a algumas idéias proclamadas pelo feminismo. Educação, trabalho qualificado e remunerado são considerados a via privilegiada para a conquista da "autonomia" que, ampliada, possibilitaria a um conjunto de mulheres, sobretudo das camadas médias urbanas, maiores chances de realizar escolhas, decidir por si mesmas e até mesmo romper com os estereótipos clássicos da "solteirona". Compreender como se entrelaçam as noções associadas à idéia de "mulher independente" e seus paradoxos requer revisitar algumas idéias que marcaram a emergência e a consolidação do feminismo como um movimento político da "modernidade" em sua expansão a partir dos anos 1960. Neste artigo, examino os nexos entre educação e profissionalização e o não casamento na contemporaneidade, a partir da análise de algumas narrativas de mulheres "solteiras" de camadas médias urbanas, sem filhos e que moram sozinhas.<br>Several notions attributed to single women in social theory and in the common sense refer to some ideas proclaimed by feminism. Education and qualified, paid work are considered the privileged path to conquering autonomy. When broadened, this autonomy would allow a set of women, mostly those from the urban middle classes, greater opportunities to make choices, to make decisions by themselves and even to break with the old stereotypes of "spinsters". To understand how notions associated with the "independent woman" and their paradoxes are intertwined requires a review of some ideas that marked the emergence and the consolidation of feminism as a political movement of "modernity" in its expansion from the 1960s on. In this article, I examine the connection between education and professionalization and non-marriage in the present day, taking into account narratives of middle class, childless single women living alone.
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