Representações sociais no contexto intercultural: o cotidiano de três subsidiárias brasileiras

Resumo A aceleração e o desenvolvimento de negócios globais fizeram aumentar o grau de diversidade cultural entre profissionais nas organizações, assim como cresceu o interesse sobre o trabalho em grupo e de equipes multiculturais, como mostram pesquisas sobre a dinâmica dessas equipes (ZHOU e SHI,...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Janaína Maria Bueno, Maria Ester de Freitas
Format: Article
Language:English
Published: Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
Series:Cadernos EBAPE.BR
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512018000100101&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Resumo A aceleração e o desenvolvimento de negócios globais fizeram aumentar o grau de diversidade cultural entre profissionais nas organizações, assim como cresceu o interesse sobre o trabalho em grupo e de equipes multiculturais, como mostram pesquisas sobre a dinâmica dessas equipes (ZHOU e SHI, 2011; CHEVRIER e VIEGAS-PIRES, 2013). Este artigo tem por objetivo identificar e analisar quais são as representações sociais construídas por membros de equipes multiculturais de trabalho em suas interações interculturais e como elas afetam o cotidiano organizacional em três subsidiárias de multinacionais no Brasil. Com abordagem qualitativa e método de estudo de caso, a coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa documental e 33 entrevistas semiestruturadas com brasileiros e estrangeiros membros de equipes de trabalho. Utilizou-se a Teoria de Representações Sociais (TRS), de Moscovici (2004), para identificar as principais representações sociais no contexto dessas subsidiárias. Como resultado, surgiram pontos comuns entre as três subsidiárias, como: as estratégias de transnacionalização para fortalecer as diretrizes globais e atender às demandas locais, com isso, observou-se a construção de culturas organizacionais com elementos globais; o incentivo à transformação de alguns profissionais em posições-chaves em profissionais globais; o entendimento de que a diversidade cultural é um capital que pode trazer muitos resultados positivos para as organizações; e o desenvolvimento de competências interculturais para facilitar os processos de mobilidade internacional. Em contrapartida, foram observados muitos problemas de comunicação, falta de preocupação com o processo de aprendizagem intercultural, formas de registro de assimilação do conhecimento e experiência adquiridos. Conclui-se que, apesar dos problemas e desafios, as equipes multiculturais contribuem, por meio da interação cotidiana, com a aprendizagem organizacional, o desenvolvimento e a consolidação da cultura e de rotinas globais nas organizações. Como contribuição, este artigo demonstra que o uso da TRS para analisar o contexto intercultural pode proporcionar uma visão mais dinâmica da interação e construção de um cotidiano intercultural em empresas multinacionais. Além disso, esta pesquisa demonstrou a possibilidade de traços comuns na cultura organizacional de empresas multinacionais que trabalham com equipes multiculturais.
ISSN:1679-3951