Summary: | Os movimentos de educação popular que emergiram durante as décadas de 1950 e 1960, no Brasil, configuram-se como referências teóricas e políticas muito importantes no campo da educação. Enquanto experiências contra hegemônicas reconhecidas em toda a América Latina colaboraram para fazer avançar o debate sobre o caráter popular da educação e da cultura, avigorando o combate às desigualdades sociais e escolares em nosso país. Forjada sob a influência do pensamento social da Igreja Católica, do nacional desenvolvimentismo e das estratégias de organização das chamadas classes populares, a educação popular tornou-se palco de disputas de projetos que transitaram entre a perspectiva do reformismo e da libertação. Hoje, a educação popular necessita ser revista e recolocada, teórica e politicamente, no debate sobre o papel da educação e da escola pública na formação da classe trabalhadora, inserindo-se na luta pela emancipação humana, sob pena de permanecer vinculada a uma matriz redentora que pouco colabora para a construção de uma consciência filosófica capaz de potencializar o movimento das classes subalternas em direção à sua autodeterminação histórica.
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