"Para que o jangadeiro, quando morrer, não necessite da caridade pública": Mestre Jerônimo e os direitos sociais na cultura política jangadeira

Este artigo discute a luta de jangadeiros do Ceará por direitos sociais no final dos anos de 1940 e início da década de 1950. Para pressionar o governo federal pelo cumprimento de promessas feitas por ocasião da viagem de jangada de 1941, os jangadeiros do Ceará desenvolveram várias estratégias de a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Berenice Abreu Abreu
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 2016-03-01
Series:Revista Mundos do Trabalho
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/1984-9222.2015v7n13p255
Description
Summary:Este artigo discute a luta de jangadeiros do Ceará por direitos sociais no final dos anos de 1940 e início da década de 1950. Para pressionar o governo federal pelo cumprimento de promessas feitas por ocasião da viagem de jangada de 1941, os jangadeiros do Ceará desenvolveram várias estratégias de ação, como a divulgação por setores da imprensa brasileira (que assumiu apoiar a luta desses homens pobres, divulgando fartas matérias sobre a vida, o trabalho, a miséria, o sofrimento e o desamparo a que estavam submetidos), a criação de um sindicato, além das constantes viagens das lideranças dos pescadores à capital da República. Como reforço a essas estratégias, mais uma vez, jangadeiros partiram do Ceará em 1951 e chamaram a atenção do Brasil para seus problemas. O destino, dessa vez, era o Rio Grande do Sul, numa homenagem a Getúlio Vargas. Os direitos sociais a serem “cobrados” apareciam para esses trabalhadores como uma alternativa à caridade pública, uma prática que parecia marcar e amedrontar sua vida.
ISSN:1984-9222