Summary: | O objetivo deste artigo é analisar o cunho essencialista da abordagem de algumas obras historiográficas anteriores ao evento de Stonewall (1969) que, ao se debruçarem sobre o estudo do amor, da educação e da mitologia gregas, necessitaram colocar em pauta a questão, então constrangedora, do homoerotismo grego. Essa historiografia, tentando delinear a face pedagógica desse homoerotismo, devido à sua importância crucial para a cultura grega, escamoteiou ou interpretou mal sua face erótica, resvalando para a incompreensão das fontes gregas que evidenciam a relação, propriamente, erótica do fenômeno da sociedade. O momento da escritadessas obras histor iográf icas foi de um ext raordinár io autor i tar ismo e de um ext remado conservadorismo, época em que fortes interdições pesavam sobre a homossexualidade no mundo ocidental, o que justifica, em parte, a superficialidade daquelas análises.
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