Summary: | Durante meio século, as políticas sociais na América Latina foram caracterizadas pelo conflito. Ora, há uns quinze anos que o conflito deu lugar ao consenso, quer ele se refira aos objetivos de redução da pobreza ou aos instrumentos utilizados para isso. Este artigo analisa as origens da expansão das teorias do consenso, em primeiro lugar nos Estados Unidos, e, em seguida, nas organizações internacionais (PNUD, Banco Mundial e outras), e aprofunda um caso particular, o do consenso em torno dos Conditional Cash Transfer Programmes/Programas Condicionados de Trasnferência de Renda, como meio privilegiado face às políticas focalizadas de combate à pobreza. Ao contrário do que afirmam os defensores do consenso, que veem nele um modo de decisão de ganho mútuo, a conclusão do presente artigo defende a tese segundo a qual a generalização da busca do consenso leva à extinção da democracia.
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