Brincando com pontas de projétil

Este artigo discute como as arqueólogas e arqueólogos podem potencialmente identificar a presença de crianças no registro arqueológico através do estudo de produtos líticos acabados. Como um estudo de caso, eu uso Adelar Pilger (RS-C-61), um sítio em abrigo-sob-rocha habitado por caçadores-coletores...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Fernanda Neubauer
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Sociedade de Arqueologia Brasileira 2018-12-01
Series:Revista de Arqueologia
Subjects:
Online Access:https://revista.sabnet.org/index.php/SAB/article/view/586
Description
Summary:Este artigo discute como as arqueólogas e arqueólogos podem potencialmente identificar a presença de crianças no registro arqueológico através do estudo de produtos líticos acabados. Como um estudo de caso, eu uso Adelar Pilger (RS-C-61), um sítio em abrigo-sob-rocha habitado por caçadores-coletores no sul do Brasil e datado de aproximadamente 8500 AP. Ao relacionar as decisões associadas à seleção de matéria-prima com as propriedades estéticas e tecnológicas de pontas do projétil, eu identifiquei três tipos de pontas potencialmente produzidas por especialistas, aprendizes avançados e crianças e/ou aprendizes iniciais. Eu sugiro que as crianças no sítio Adelar Pilger produziram pontas de projétil como uma forma de brincadeira de imitação. Através desta brincadeira, as crianças foram capazes de imitar grosseiramente somente as formas e o contorno geral das pontas do projétil, mas não foram capazes de reproduzir estes instrumentos em um sentido tridimensional ou tecnológico.
ISSN:0102-0420
1982-1999