Summary: | O objetivo deste ensaio é discutir, com base numa perspectiva pós-colonialista, o papel das masculinidades ocidentais em dois momentos de expansão da ordem internacional: as expansões colonial e imperialista dos séculos XVI a XIX e a construção de uma ordem internacional globalizada nos séculos XX e XXI. Ainda que os conceitos que definem tais masculinidades variem com base nas diferenças de cultura, tempo e locais identitários, elas estabeleceram hierarquias entre identidade e diferença. Mesmo assim, é possível pensar no reconhecimento da diversidade e na exploração das possibilidades alternativas das "zonas de contato" psicológico e social. Isso ocorreria a partir do compartilhamento de experiências e de críticas às formas de produção da alteridade consolidadas por relações binárias de poder nas instituições político-sociais, visando à superação de tais perspectivas excludentes no pensamento e na prática. Viabiliza-se, assim, a conversação entre tradições que respondem à opressão gerada no processo de reprodução das masculinidades ocidentais.<br>The purpose of this essay is to discuss, based on a post-colonialist perspective, the role of Western masculinities in two moments of the expansion of the international order: the colonial and imperialist expansion from the sixteenth to the nineteenth century and the construction of a global international order in the twentieth and twenty first centuries. Although the concepts that define such masculinities vary based on differences of clture, time and local identities, they established hierarchies between identity and difference. Still, it is possible to think about the recognition of diversity and the exploration of alternative possibilities of psychological and social "contact zones". That would occur with the sharing of experiences and of criticism as to the production of otherness consolidated by binary relations of power in social and political institutions, aiming to overcome those exclusionary practices in thought and in behavior. This sharing allows for a conversation among traditions that respond to the oppression generated in the process of the reproduction of Western masculinities.
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