Summary: | Este artigo propõe-se a discutir o surgimento do hospício na literatura brasileira a partir do estudo da obra O Alienista, de Machado de Assis. Assim, investiga como os procedimentos narrativos utilizados pelo escritor desvendam os mecanismos do poder do discurso psiquiátrico como produtor de verdades. É a pluralidade de vozes que emerge do texto, bem como a ironia do narrador, que desarticula o “discurso competente” do alienista e a verdade que ele pretende revelar. Machado de Assis inverte os papéis, transformando o médico em paciente; mostra o hospício – a Casa Verde – não como local de tratamento e cura, mas de produção de um saber e de um poder sobre a loucura: campo de estudo e experimentações da medicina psiquiátrica.
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