Interrupção do acompanhamento clínico ambulatorial de pacientes infectados pelo HIV The interruption of outpatient clinical care of HIV-infected patients

OBJETIVO: Determinar os fatores associados à interrupção do acompanhamento clínico ambulatorial de pacientes com infecção pelo HIV. MÉTODOS: Foi realizado um estudo do tipo prospectivo não-concorrente (coorte histórica) no município de Belo Horizonte, MG, em um ambulatório público de referência para...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Celeste S Rodrigues, Mark D C Guimarães, Francisco A Acurcio, Cibele C Comini
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo 2003-04-01
Series:Revista de Saúde Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102003000200004
Description
Summary:OBJETIVO: Determinar os fatores associados à interrupção do acompanhamento clínico ambulatorial de pacientes com infecção pelo HIV. MÉTODOS: Foi realizado um estudo do tipo prospectivo não-concorrente (coorte histórica) no município de Belo Horizonte, MG, em um ambulatório público de referência para atendimento de pacientes com infecção pelo HIV/Aids. Foram revisados registros médicos para se avaliar os fatores associados à interrupção do acompanhamento clínico por pacientes soropositivos para o HIV admitidos no serviço entre 1993 e 1995. Os pacientes deveriam ter comparecido a pelo menos uma consulta de retorno no prazo de sete meses. A análise estatística incluiu chi2 e Relative Hazard - RH com intervalo de 95% de confiança (IC) estimado pelo Modelo de Regressão de Cox. RESULTADOS: A incidência acumulada da interrupção do acompanhamento clínico foi de 54,3% entre os 517 pacientes incluídos no estudo (tempo médio de acompanhamento =24,6 meses; incidência pessoa tempo =26,5/100 pessoas-ano). A análise multivariada mostrou que realizar menos que duas contagens de linfócitos T CD4+ (RH =1.94; IC 95% =1.32-2.84) não realizar medida de carga viral (RH =14.94; IC 95% =5.44-41.04), comparecer a seis retornos ou menos (RH =2.80; IC 95% =1.89-4.14), não mudar de categoria clínica (RH =1.40; IC 95% =1.00-1.93) e não usar anti-retroviral, (RH =1.43; IC 95% =1.06-1.93) estava associado a um maior risco de interromper o acompanhamento clínico no serviço estudado. CONCLUSÕES: Foi alta a taxa de interrupção do acompanhamento clínico aos pacientes estudados, sugerindo que a interrupção do acompanhamento pode ser uma função que vise a priorizar os pacientes com pior situação clínica, podendo ser um marcador de futura aderência ao uso de anti-retroviral.<br>OBJECTIVE: To determine factors associated with the interruption of outpatient care of HIV-positive patients. METHODS: Non-concurrent prospective study carried out in a public AIDS referral center in Belo Horizonte, Brazil. Medical records were reviewed in order to assess factors associated with the interruption of clinical care of HIV patients admitted between 1993 and 1995. Patients should have attended at least one follow-up visit within a period of 7 months. Statistical analysis was carried out using Chi-square and relative hazard (RH) with 95% confidence interval (CI) estimated by Cox Regression Model. RESULTS: Cumulative incidence of interruption was 54% among 517 patients included in the study (mean follow-up=24.6 months; 26.5/100 person-years). Multivariate analysis indicated that those individuals who had fewer (<2) CD4+ T lymphocyte cell counts (RH=1.94; 95% CI=1.32-2.84) did not have viral load measured (RH=14.94; IC 95%=5.44-41.04), attended <7 medical follow-up visits (RH =2.80; IC 95%=1.89-4.14), did not change clinical category (RH =1.40; IC 95% =1.00-1.93) and did not undergo any anti-retroviral therapy (RH =1.43; IC 95% =1.06-1.93) had independently an increased risk of interrupting clinical care. CONCLUSIONS: The rate of clinical interruption in this center is high. The results suggest that interruption may be a function of better clinical outcome, i.e. the service may give priority to those patients with more severe clinical condition, and interruption of clinical care may be a marker for future antiretroviral compliance.
ISSN:0034-8910
1518-8787