AVALIAÇÃO DE VIABILIDADE DE DETECÇÃO DE DRM EM LLA-B POR CITOMETRIA DE FLUXO MULTIPARAMÉTRICA INDEPENDENTE DE CD19
A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é uma neoplasia de células linfoides imaturas T ou B, sendo a segunda leucemia aguda mais comum no adulto. Acomete cerca de 1 a 5 /100.000 indivíduos por ano nos Estados Unidos e cerca de 66% dos casos são LLA-B. O tratamento da LLA-B consiste em quimio/imunotera...
Main Authors: | , , , , , , , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2023-10-01
|
Series: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923006946 |
_version_ | 1797655004195061760 |
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author | R Pacca LO Marani LFB Catto TE Gonçalves JL Schiavinato PS Scheucher CAB Garcia MIA Madeira DV Clé LL Figueired-Pontes |
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description | A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é uma neoplasia de células linfoides imaturas T ou B, sendo a segunda leucemia aguda mais comum no adulto. Acomete cerca de 1 a 5 /100.000 indivíduos por ano nos Estados Unidos e cerca de 66% dos casos são LLA-B. O tratamento da LLA-B consiste em quimio/imunoterapia de alta intensidade, com objetivo primário de restaurar a hematopoese normal. A monitorização de remissão de doença (Doença Residual Mensurável - DRM) é realizada em diferentes etapas do tratamento por citometria de fluxo multiparamétrica (CFMP), sendo a técnica eficaz na detecção de clones leucêmicos pós-tratamento com quimioterapia de alta intensidade. Para pacientes recaídos/refratários a terapia de resgate mais indicada consiste em imunoterapia com agentes específicos, chamados de terapias-alvo (ex: anti-CD3 + anti-CD19 -Blinatumomabe, anti-CD22 -Inotuzumabe + Ozogamicin), e a terapia com células T geneticamente modificadas - CAR-T (do inglês, Chimeric antigen receptor T Cell). Com o surgimento de tais tratamentos surge também a demanda por padronização da monitorização de DRM nos pacientes, visto que terapia pode resultar em perda de expressão de marcadores, o que inviabiliza a análise pelos métodos anteriormente padronizados, enfatizando a possibilidade de recaídas com clones emergentes negativos para a expressão de CD19, por exemplo. Assim, foi objetivo do presente estudo determinar a viabilidade de implantação de novo protocolo para detecção de DRM com base em seleção alternativa de antígenos de células B para pacientes submetidos à terapia convencional ou anti-CD19 por CFMP. Foram analisadas as medulas ósseas de 2 doadores saudáveis, e 2 pacientes LLA-B tratados no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - FMRP-USP, sendo um submetido à terapia HyperCVAD e 1 paciente refratário, tratado com CAR-T anti-CD19. As amostras foram preparadas de acordo com protocolo Euroflow e avaliadas quanto à expressão dos marcadores (CD45, CD34, CD38, CD81, CD10, CD20, CD19, CD22, CD24, CD66b, CD66c + CD123, CD73) por CFMP em citômetro BD Canto II e analisadas em software Infinicyt por dois observadores diferentes. Os resultados da análise DRM foram expressos como a porcentagem de células nucleadas viáveis que abrigam o fenótipo anormal, sendo a positividade definida quando igual ou maior do que 0,01%. No presente estudo de viabilidade a detecção de células B foi concordante entre os diferentes tubos, independente de marcação de CD19, não havendo diferença nas frequências observadas tanto para amostras de referência como no paciente analisado (p = 0,4478, Kruskal-Wallis). Não foi observada diferença entre as frequências de células anormais detectadas pelos observadores (p = 0,4, Kruskal Wallis) e nossos resultados demonstram reprodutibilidade entre as análises realizadas, com Correlação de Pearson calculada de 0,9995 (IC: 0,9949-0,999, r2 = 0,9989). A análise de Bland-Altman demonstrou não haver divergência entre as metodologias utilizadas. Não houve diferença nas frequências obtidas dos fenótipos caracterizados como DRM+, independente da combinação de marcadores para a gate de células B (CD19xCD22, CD22xCD24, e CD24xCD66b) p = 0,667, Friedman, α=0,05). Em conclusão, nossos dados indicam que o monitoramento da DRM para pacientes com LLA-B tratados com imunoterapia anti-CD19 é possível por CFMP resultando em dados altamente concordantes. O desempenho do resultado preliminar exposto deve garantir resultados comparáveis ao serem avaliados em múltiplos centros, etapa em fase de planejamento, para garantir o avanço da padronização da resposta de DRM por CFMP. |
first_indexed | 2024-03-11T17:07:50Z |
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Acomete cerca de 1 a 5 /100.000 indivíduos por ano nos Estados Unidos e cerca de 66% dos casos são LLA-B. O tratamento da LLA-B consiste em quimio/imunoterapia de alta intensidade, com objetivo primário de restaurar a hematopoese normal. A monitorização de remissão de doença (Doença Residual Mensurável - DRM) é realizada em diferentes etapas do tratamento por citometria de fluxo multiparamétrica (CFMP), sendo a técnica eficaz na detecção de clones leucêmicos pós-tratamento com quimioterapia de alta intensidade. Para pacientes recaídos/refratários a terapia de resgate mais indicada consiste em imunoterapia com agentes específicos, chamados de terapias-alvo (ex: anti-CD3 + anti-CD19 -Blinatumomabe, anti-CD22 -Inotuzumabe + Ozogamicin), e a terapia com células T geneticamente modificadas - CAR-T (do inglês, Chimeric antigen receptor T Cell). Com o surgimento de tais tratamentos surge também a demanda por padronização da monitorização de DRM nos pacientes, visto que terapia pode resultar em perda de expressão de marcadores, o que inviabiliza a análise pelos métodos anteriormente padronizados, enfatizando a possibilidade de recaídas com clones emergentes negativos para a expressão de CD19, por exemplo. Assim, foi objetivo do presente estudo determinar a viabilidade de implantação de novo protocolo para detecção de DRM com base em seleção alternativa de antígenos de células B para pacientes submetidos à terapia convencional ou anti-CD19 por CFMP. Foram analisadas as medulas ósseas de 2 doadores saudáveis, e 2 pacientes LLA-B tratados no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - FMRP-USP, sendo um submetido à terapia HyperCVAD e 1 paciente refratário, tratado com CAR-T anti-CD19. As amostras foram preparadas de acordo com protocolo Euroflow e avaliadas quanto à expressão dos marcadores (CD45, CD34, CD38, CD81, CD10, CD20, CD19, CD22, CD24, CD66b, CD66c + CD123, CD73) por CFMP em citômetro BD Canto II e analisadas em software Infinicyt por dois observadores diferentes. Os resultados da análise DRM foram expressos como a porcentagem de células nucleadas viáveis que abrigam o fenótipo anormal, sendo a positividade definida quando igual ou maior do que 0,01%. No presente estudo de viabilidade a detecção de células B foi concordante entre os diferentes tubos, independente de marcação de CD19, não havendo diferença nas frequências observadas tanto para amostras de referência como no paciente analisado (p = 0,4478, Kruskal-Wallis). Não foi observada diferença entre as frequências de células anormais detectadas pelos observadores (p = 0,4, Kruskal Wallis) e nossos resultados demonstram reprodutibilidade entre as análises realizadas, com Correlação de Pearson calculada de 0,9995 (IC: 0,9949-0,999, r2 = 0,9989). A análise de Bland-Altman demonstrou não haver divergência entre as metodologias utilizadas. Não houve diferença nas frequências obtidas dos fenótipos caracterizados como DRM+, independente da combinação de marcadores para a gate de células B (CD19xCD22, CD22xCD24, e CD24xCD66b) p = 0,667, Friedman, α=0,05). Em conclusão, nossos dados indicam que o monitoramento da DRM para pacientes com LLA-B tratados com imunoterapia anti-CD19 é possível por CFMP resultando em dados altamente concordantes. O desempenho do resultado preliminar exposto deve garantir resultados comparáveis ao serem avaliados em múltiplos centros, etapa em fase de planejamento, para garantir o avanço da padronização da resposta de DRM por CFMP.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923006946 |
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