Summary: | O artigo objetiva analisar se as narrativas construídas no final do século XIX e início do século XX, sobre as pessoas negras ainda marcam os currículos e as identidades na sociedade brasileira. A noção de currículo inspira-se nas teorias pós-críticas, portanto o entendemos como um campo de luta e contestação no território da cultura, produzindo identidades e diferenças. Considerando a dimensão histórica da construção das identidades negras no Brasil, entrevistamos e analisamos a fala de sujeitos negros que chegaram ao Ensino Superior por meio do Projeto Negraeva. Pela análise efetuada, destacamos que apesar de o currículo atualmente ainda se pautar nas teorias da mestiçagem, no ideal de branqueamento e no mito da democracia racial, produzindo identidades segundo a lógica ocidental branca, a presença dos sujeitos negros nos diferentes cursos de Ensino Superior, contribuiu para questionar estas ideias, bem como, para que outras identidades fossem produzidas nesse tempo/espaço, re-significando as identidades de sujeitos negros e não-negros.
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