Summary: | Porquê uma edição que procura abordar o Currículo, tentando cruzá-lo com Ortodoxia e Transgressão, dois conceitos à primeira vista inconciliáveis? Apenas por mero prazer acadêmico em brincar com as palavras? Ou por nos encontrarmos, após um longo percurso trilhado, numa encruzilhada que nos obriga a fazer opções? De facto, numa leitura mais superficial, aliada à histó- ria dos estudos curriculares, com raízes no Trivium e no Quadrivium, falar de currículo evoca a organização do saber em planos de estudos, compartimentando-o por disciplinas distribuídas por níveis de ensino e anos (ou semestres) de escolaridade, que por sua vez são hierarquizadas em categorias de primeira ou segunda classe, consoante a sua carga horária, obrigatoriedade de frequência e exigências de avaliação. Tendo surgido como reação à Escolástica medieval que deixava o aluno entregue a si próprio, desbravando por entre informação complexa e confusa, o Currículo encontra- -se deste modo indelevelmente ligado à organização taxonómica do conhecimento, tendo em vista a sua simplificação para o ensino.
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