Summary: | RESUMO: Este artigo tem por objetivo aprofundar conceitos de interprofissionalidade e integralidade do cuidado, à luz da filosofia contemporânea, do constructo teórico de pesquisadores nacionais e internacionais e do depoimento de estudantes da área da saúde sobre a temática. A metodologia confere ao estudo caráter qualitativo, cujo suporte teórico filosófico está alicerçado nas discussões de Nietzsche, Foucault e Deleuze & Guattari, assim como na pesquisa de campo, aplicada a 17 estudantes ingressantes em cursos de graduação da área da saúde, mediante entrevista pela plataforma digital Google forms. Para tratamento dos dados, optou-se pela Análise do Conteúdo proposta por Bardin. Os resultados indicam que a interprofissionalidade não é um conteúdo ou uma técnica a ser ensinada, mas atitudes a serem desenvolvidas tanto no espaço profissional como no ensino em saúde, pautadas por comportamentos e interações interpessoais para o trabalho em equipe, de modo a alcançar a integralidade do cuidado. As dificuldades para efetivação vinculam-se à constituição do campo da saúde, às hierarquias instaladas como dispositivo de dominação, à espacialização da doença desconsiderando o ser humano e sua complexidade e à forma ideológica como se deu a construção de alguns conceitos que necessitam de maior delimitação para se tornarem realidade. Conclui-se que não há fórmulas ou modelos para o desenvolvimento da educação interprofissional, tampouco conceitos universalizantes sobre integralidade do cuidado e o produto dessa relação. O que existem são doutrinas, princípios ontológicos e teleológicos que guiam pensamentos e ações, a partir de referenciais teóricos, culturais e sociais associados às experiências ou sentimentos vivenciados.
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