Comunicação de ciência sobre a COVID-19 na imprensa digital portuguesa
Introdução: O termo infodemia no contexto da pandemia COVID-19 resultou da junção das palavras 'informação' e 'epidemia', e refere-se à disseminação rápida e de longo alcance de informações precisas e imprecisas, sobre a doença. Este fenómeno, potenciado pela imprensa e meios de...
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Format: | Article |
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Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia - RACS
2023-07-01
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Series: | RevSALUS |
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Online Access: | https://revsalus.com/index.php/RevSALUS/article/view/553 |
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author | Elaine Santana Joana Bernardo Inga Donici Marisa Lourenço Iria Dobarrio Rosa Silva |
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Introdução: O termo infodemia no contexto da pandemia COVID-19 resultou da junção das palavras 'informação' e 'epidemia', e refere-se à disseminação rápida e de longo alcance de informações precisas e imprecisas, sobre a doença. Este fenómeno, potenciado pela imprensa e meios de comunicação, durante a pandemia da COVID-19 veio enfatizar o valor e o poder da imprensa na comunicação de ciência. Neste sentido, de modo a garantir que a comunicação de ciência cumpra o propósito de ser compreendida pelo público, e consequentemente que esta compreensão possa dinamizar mudanças comportamentais, torna-se fundamental estabelecer uma comunicação de ciência acessível e próxima dos seus utilizadores. Objetivos: Mapear, descrever e analisar a comunicação de ciência sobre a vacinação da COVID-19 publicada na imprensa digital portuguesa. Assim, pretendeu-se saber: (i) Quais os conceitos científicos utilizados pela imprensa digital portuguesa em relação à vacinação contra a Covid-19? (ii) Que estratégias foram implementadas para facilitar a compreensão das notícias? Metodologia: Estudo retrospetivo, descritivo, com análise das notícias portuguesas sobre Covid-19 e vacinação, publicadas de novembro de 2021 a janeiro de 2022. Das notícias selecionadas foram extraídos os termos científicos e envolvidos sete cidadãos para validarem o seu entendimento sobre estes termos. No que se refere à análise dos dados, as notícias e os seus conteúdos foram codificados e categorizados, permitindo o tratamento estatístico pela análise descritiva. Recorreu-se, também, ao recurso gráfico da nuvem de palavras disponibilizado pelo Tagul, para a organização e estruturação dos conceitos científicos validados e interpretados pelos cidadãos voluntários. Resultados: Foram obtidas 251 notícias; 26 excluídas por serem repetidas, 15 por não estarem disponíveis na íntegra para leitura e 20 por não cumprirem os critérios de inclusão. 68% das notícias redigidas tiveram a colaboração de investigadores/ profissionais de saúde, 77% usam conceitos científicos e 45,78% das notícias não definem os conceitos utilizados. Num universo de 144 conceitos extraídos, os cidadãos desconhecem ou definem de forma inadequada/insuficiente mais da metade (57,64%). Face aos nossos resultados, entendemos que a utilização dos conceitos científicos, sem uma definição clara, tende a comprometer a compreensão da mensagem desejada. Assim, para que a comunicação de ciência ocorra de forma acessível e clara para todos, cabe aos profissionais de saúde e cientistas estabelecerem um discurso percetível, inclusivamente com os jornalistas que serão os interlocutores. Conclusão: O uso de conceitos científicos foi frequente. Contudo, apesar destes conceitos terem sido amplamente divulgados, e de constantemente estarem presentes nas discussões e nos enunciados dos mais diversos meios de comunicação, o uso de tais conceitos reflete, na maioria, uma linguagem desconhecida para o cidadão comum.
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