Summary: | O objetivo deste artigo foi avaliar o grau de implantação dos atributos da atenção primária à saúde (APS) como indicador da qualidade da assistência prestada às crianças. Realizou-se estudo transversal em um município de médio porte de Minas Gerais, Brasil. Foram entrevistados 707 cuidadores de crianças de 0 a 4 anos (498 da área urbana e 209 da rural) e 22 profissionais das equipes de saúde da família, utilizando o Primary Care Assessment Tool, o critério Brasil de classificação socioeconômica e um questionário elaborado pelos pesquisadores. Foram calculados os escores dos atributos da APS a partir da opinião de usuários e profissionais. Escores ≥ 6,6 foram considerados indicativos de alto grau de implantação dos atributos. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparar os resultados das áreas urbana e rural. Os profissionais avaliaram melhor os serviços da APS do que os usuários. Para os profissionais, os componentes com maiores escores foram “sistemas de informação” e “orientação familiar” (ambos 8,9). Para os usuários, os componentes melhor avaliados foram “sistemas de informação” (7,8) e “utilização” (6,8), e os pior avaliados foram “integração de cuidados” (4,0) e “serviços disponíveis” (4,6). Os escores dos atributos essencial e geral dos serviços da área rural foram mais altos do que os da área urbana na opinião dos usuários, mas não na dos profissionais. Há divergências importantes entre as avaliações de profissionais e usuários. Os serviços da área rural foram melhor avaliados do que os da área urbana, embora os atributos da APS não estejam devidamente implantados no município como um todo, indicando que a qualidade da assistência à criança se encontra aquém da necessária.
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