Escrita-enigma: ‘A cidade de Ulisses’ (2011), de Teolinda Gersão

Este artigo propõe a revisitação à cidade de Lisboa a partir da leitura de A cidade de Ulisses (2011), deTeolinda Gersão. No romance, a cidade é apropriada por óticas que estão, sobretudo, interessadas emremontar e reconstruir Lisboa, motivadas por suas paixões, a partir de fragmentos de história e...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ariane de Andrade da Silva
Format: Article
Language:English
Published: Real Gabinete Português de Leitura 2019-07-01
Series:Convergência Lusíada
Subjects:
Online Access:https://www.convergencialusiada.com.br/rcl/article/view/315
Description
Summary:Este artigo propõe a revisitação à cidade de Lisboa a partir da leitura de A cidade de Ulisses (2011), deTeolinda Gersão. No romance, a cidade é apropriada por óticas que estão, sobretudo, interessadas emremontar e reconstruir Lisboa, motivadas por suas paixões, a partir de fragmentos de história e memória.Nesse sentido, espera-se analisar de que formas, no romance de Gersão, a (re)leitura da cidade se submeteà deambulação de personagens pelos variados caminhos que traçam. Na obra, os labirintos de Lisboa sãoa metáfora de uma cidade-escrita enviesada, em que a autora, através da ficcionalização, guia o leitoraos inúmeros caminhos da cidade lisboeta. Dessa forma, afirma-se que a narrativa demonstra que “ler acidade consiste não em reproduzir o visível, mas torná-la visível” (GOMES, 1994, p.34) e, desse modo,o leitor-espectador viaja ao lado de personagens que flanam por uma Lisboa labiríntica e fragmentada.Em concomitância, nessa análise, busca-se destacar a existência de cercos amorosos, marcados, nomeadamente,pelas personagens Cecília Branco e Paulo Vaz. Para tanto, acompanharemos tais personagensem suas deambulações pela cidade, num processo que transcende a Lisboa física, vemos a construção deuma cidade-escrita em palimpsesto, pois, ao percorrer a história, sobressalta-se uma cidade em camadas,fundida entre passado e presente e, finalmente, relida, por um olhar memorialístico enamorado.
ISSN:2316-6134