“Quem não se comunica se trumbica”: comportamento decisório e estratégias de autopromoção do Supremo Tribunal Federal

Resumo O pós-1988 trouxe maior protagonismo do Judiciário no jogo político, fato que pode derivar tanto de arranjos institucionais quanto de estratégias de seus agentes. Focando na segunda abordagem, discute-se se há uma estratégia de comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF) com o público. De a...

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Main Authors: Rebecca Magalhães, Ernani Carvalho
Format: Article
Language:English
Published: Fundação Getúlio Vargas, Escola de Direito 2023-07-01
Series:Revista Direito GV
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Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-24322023000100221&lng=pt&tlng=pt
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spelling doaj.art-df15705d01f44b7ea8b37eeda387644b2023-07-25T07:48:08ZengFundação Getúlio Vargas, Escola de DireitoRevista Direito GV2317-61722023-07-011910.1590/2317-6172202319“Quem não se comunica se trumbica”: comportamento decisório e estratégias de autopromoção do Supremo Tribunal FederalRebecca Magalhãeshttps://orcid.org/0000-0001-9308-9929Ernani Carvalhohttps://orcid.org/0000-0003-3165-2434Resumo O pós-1988 trouxe maior protagonismo do Judiciário no jogo político, fato que pode derivar tanto de arranjos institucionais quanto de estratégias de seus agentes. Focando na segunda abordagem, discute-se se há uma estratégia de comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF) com o público. De acordo com a literatura, embora o Judiciário se diferencie de outros atores políticos por não necessitar do eleitorado, assemelha-se quanto à necessidade de proporcionar transparência às suas decisões, de modo a alcançar legitimidade institucional. No caso brasileiro, há constantemente uma exteriorização de mensagens direcionadas a símbolos de justiça, objetividade e imparcialidade, e houve, desde meados dos anos 2000, um recrudescimento da visibilidade daquela instituição, destacando-se a transmissão televisionada de suas sessões plenárias e uma detalhada página institucional que contém notícias e inteiro teor de julgados. Considerando que, em perspectiva comparada, a corte constitucional tornou-se extremamente exposta, questiona-se: há seletividade institucional em relação às decisões promovidas? Para responder a essa pergunta, foram observados comunicados de imprensa do STF e decisões judiciais, em um recorte temporal de 2000 a 2016. A pesquisa utilizou métodos mistos: técnica de mineração de dados textuais e estatística. Os resultados encontrados sugerem que há uma intenção, constante ao longo da série temporal, de enfatizar a imagem de tribunal ativista.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-24322023000100221&lng=pt&tlng=ptComportamento judicialJudiciário e políticaSupremo Tribunal Federalcomunicaçãolegitimidade institucional
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