Summary: | Introdução: A pessoa com doença crónica possui saberes e estratégias que a ajudam a (con)viver com a mesma, influenciando assim a sua qualidade de vida. O presente estudo tem como objectivo compreender como é que a pessoa com doença crónica mobiliza saberes sobre a sua doença no auto-cuidado, durante a prestação de cuidados de enfermagem, com vista à melhoria da sua condição de saúde.
Métodos: Foi utilizada a abordagem qualitativa, mais especificamente o método fenomenológico. A colheita de dados foi efectuada através da observação participante e diários de campo. A análise dos dados foi realizada por intermédio da análise de conteúdo.
Resultados: A pessoa possui saberes sensíveis à sua doença crónica, os quais, advêm de diferentes fontes e são mobilizados quando a pessoa executa os auto-cuidados de forma independente, quando solicita assistência ao prestador de cuidados formal e/ou informal ou por outro lado não mobiliza saberes apesar de os deter. O uso dos saberes que a pessoa possui é influenciado pelo processo de adaptação à doença. Por outro lado, a não utilização dos saberes está relacionada com factores como sejam as limitações físicas, a necessidade de confrontar limites físicos e ainda o desejo de evitar participar no processo de cuidados.
Conclusões: Conhecer e valorizar os saberes da pessoa com doença crónica sabendo respeitá-los e mobilizando-os nos cuidados de enfermagem, contribui para uma prestação de cuidados de enfermagem de qualidade, e promovem o bem-estar e qualidade de vida da pessoa.
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