Hegemonia e o risco do engajamento: silêncio e viés na construção de mundos semióticos

Reconhecendo que a semiótica discursiva se apresenta como metodologia, em certa medida, que permite tratar o sentido como fruto de enunciações individuais, sob qualquer sistema de valor, sem recair em análises pré-concebidas; buscamos mostrar o baixo interesse pelo estudo de temas como racismo e ma...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Matheus Nogueira Schwartzmann, Thiago Moreira Correa
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-graduação em Linguística 2023-10-01
Series:Fórum Linguístico
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/forum/article/view/93257
Description
Summary:Reconhecendo que a semiótica discursiva se apresenta como metodologia, em certa medida, que permite tratar o sentido como fruto de enunciações individuais, sob qualquer sistema de valor, sem recair em análises pré-concebidas; buscamos mostrar o baixo interesse pelo estudo de temas como racismo e machismo, e refletir sobre o discurso hegemônico construído na e pela ciência da linguagem que se consolida de forma não marcada, ao passo que os discursos contra-hegemônicos acabam marcados — como “engajados”, por exemplo. Partindo da proposta greimasiana sobre a diferença entre mundos culturais brancos e negros, elegemos três revistas, Estudos Semióticos, da USP; Cadernos de Semiótica Aplicada, da Unesp; Actes Sémiotiques, da Universidade de Limoges, para observar se os temas do racismo, do machismo (e do patriarcado) e do feminismo aparecem, ou não, em artigos desses periódicos. O texto procura então avaliar o estado de coisas estabelecido na semiótica discursiva, especialmente no Brasil, prospectando considerações para o seu futuro como disciplina nas ciências humanas e sociais.
ISSN:1415-8698
1984-8412