PERFIL MICROBIOLÓGICO E DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DAS INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA EM PACIENTES ONCO-HEMATOLÓGICOS DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA NO NORTE DO BRASIL

Introdução: as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são definidas como toda e qualquer infecção que acomete o indivíduo, adquiridas em instituições hospitalares, atendimentos ambulatoriais na modalidade de hospital dia ou domiciliar, e que possa estar associada ou relacionada a algum...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: JS Cristino, JFM Melo, EO Coelho, EGS Oliveira, FLR Bandeira, MI Costa, CM Moreno, AGDR Mendes, EC Cardoso, MAE Crispim
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923004479
Description
Summary:Introdução: as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são definidas como toda e qualquer infecção que acomete o indivíduo, adquiridas em instituições hospitalares, atendimentos ambulatoriais na modalidade de hospital dia ou domiciliar, e que possa estar associada ou relacionada a algum procedimento assistencial, seja ele terapêutico ou diagnóstico. As IRAS são classificadas de acordo com o foco infeccioso, dentre essas, quando há a presença de um ou mais microrganismo na corrente sanguínea, cuja origem do mesmo não está relacionada a nenhum outro foco conforme definido nos critérios diagnósticos nacionais, denominamos Infecção Primária de Corrente Sanguínea (IPCS) que geralmente está relacionada ao procedimento hospitalar de inserção de cateter sanguíneo. Esse tipo de infecção pode ser identificado e seu microrganismo causador isolado no exame de hemocultura. Objetivo: caracterizar o perfil microbiológico e a resistência antimicrobiana das Infecções Primária de Corrente Sanguínea em pacientes onco-hematológicos internados em um centro de referência do Amazonas nos anos de 2021 e 2022. Metodologia: trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo de abordagem quantitativa realizado a partir de dados obtidos em prontuário eletrônico por meio da análise das hemoculturas e antibiogramas realizados em um período de dois anos (01 de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2022). Resultados: foram identificadas um total de 280 hemoculturas positivas no sistema de prontuário eletrônico da unidade hospitalar nos anos de 2021 e 2022. Os microrganismos isolados mais incidentes pertenceram ao grupo de bactérias Gram-Negativas, dentre as quais destacaram-se: Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter sp. e Klebsiella pneumoniae. O padrão de resistência antimicrobiana encontrado neste estudo revelou que a maioria das bactérias Gram-Negativas nos dois anos apresentou resistência significativa a Ciprofloxacino, Cefepime e Piperacilina com Tazobactam. As infecções fúngicas foram a segunda mais prevalente, tendo como seu microrganismo mais comum a Candida parapsilosis que demonstrou uma prevalência de resistência de 16,6% a Anfotericina B. Discussão: o perfil de prevalência das IPCS no presente estudo é preocupante pois, os quadros infecções por bactérias Gram-Negativas e Leveduras de origem intra-hospitalar são de difícil tratamento e terapêutica limitada. Em estudos que avaliaram casos de infecção intra-hospitalar observou-se que os microrganismos Gram-Negativos e Leveduras apresentaram as mais altas taxas de mortalidade. A escolha dos antimicrobianos para o tratamento de infecções intra-hospitalares depende, também, da microbiota prevalente no ambiente. Portanto, deve ser direcionada conforme a flora de cada serviço. No caso dos pacientes onco-hematológicos uma estratégia de prevenção de IPCS é a implantação de protocolos de profilaxia para os neutropênicos afebris e ou febris. Conclusão: o perfil microbiológico e de resistência aos antimicrobianos do paciente onco-hematológico é característico e exige uma maior atenção visto que apresentam um padrão com mais patogenicidade e letalidade devido à alta prevalência de bactérias Gram-Negativas e Leveduras. No entanto vale ressaltar a importância de o paciente ser avaliado como um todo, levando em consideração a evolução clínica e demais exames laboratoriais que possam indicar um manejo seguro do paciente.
ISSN:2531-1379