O MUSSEKADO, O IKONOKLASTA E A MAKA DA REPRESENTAÇÃO DO SUBALTERNO

Este ensaio propõe-se a discutir a problemática da representação do subalterno no rap revu angolano produzido na atualidade por dois MCs oriundos de espaços sociais divergentes: MCK e Ikonoklasta. MCK é produto do musseque e apresenta-se como “mussecado de raiz”, localizando o seu discurso neste esp...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Solange Luís
Format: Article
Language:English
Published: Imprensa da Universidade de Coimbra 2015-07-01
Series:Revista de Estudos Literários
Subjects:
Online Access:https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/4297
Description
Summary:Este ensaio propõe-se a discutir a problemática da representação do subalterno no rap revu angolano produzido na atualidade por dois MCs oriundos de espaços sociais divergentes: MCK e Ikonoklasta. MCK é produto do musseque e apresenta-se como “mussecado de raiz”, localizando o seu discurso neste espaço social. Ele é o subalterno angolano que consegue autorrepresentar-se – transpondo, através das novas tecnologias da comunicação, a equação de Spivak, segundo a qual, o subalterno, sem mediação, estaria irremediavelmente silenciado. Contudo, ao pretender representar Angola como um todo, MCK adentra a problemática da representação do subalterno. Ikonoklasta é um MC oriundo de um espaço social privilegiado ligado às estruturas de poder que, ao criticar essas estruturas posiciona-se à margem, como porta-voz do subalterno. Este ensaio pretende equacionar, dentro daquilo que Linda Alcoff defi ne como “accountability” e “responsability”, o papel de representação por parte destes intelectuais orgânicos (cf. Gramsci) como alternativa ao silêncio do subalterno instaurado na poesia angolana pós-independência. Devem ou não estes MCs falar pelo subalterno?
ISSN:2182-1526
2183-847X