Retomadas anafóricas de objeto direto em português brasileiro escrito

Os clíticos acusativos de 3ª pessoa estão em desuso na fala vernacular em português brasileiro (PB), cedendo espaço para outras duas estratégias de retomada anafórica na função de objeto direto: (a) o pronome pleno (‘ele’, ‘ela’) e (b) uma categoria vazia (cf. DUARTE, 1989, 1993; CYRINO, 1997, 2003)...

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Main Authors: Gabriel de Ávila Othero, Camila Schwanke
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2017-11-01
Series:Revista de Estudos da Linguagem
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Online Access:http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/11405
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spelling doaj.art-e2bfa1935e9f4831afebb573c00635832022-12-22T02:29:16ZengUniversidade Federal de Minas GeraisRevista de Estudos da Linguagem0104-05882237-20832017-11-0126114718510.17851/2237-2083.26.1.147-1859404Retomadas anafóricas de objeto direto em português brasileiro escritoGabriel de Ávila Othero0Camila Schwanke1Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRSOs clíticos acusativos de 3ª pessoa estão em desuso na fala vernacular em português brasileiro (PB), cedendo espaço para outras duas estratégias de retomada anafórica na função de objeto direto: (a) o pronome pleno (‘ele’, ‘ela’) e (b) uma categoria vazia (cf. DUARTE, 1989, 1993; CYRINO, 1997, 2003). A escolha pela retomada anafórica de objeto com pronome ou categoria vazia não é aleatória. A literatura corrente sobre o assunto chama a atenção para o fato de que há uma tendência forte à ocorrência de um fenômeno de distribuição complementar, condicionada por traços semânticos do referente sendo retomado. Há duas hipóteses principais para explicar o fenômeno: (i) a hipótese dos traços de animacidade e especificidade do referente (CYRINO, 1993, 1994/1997; SCHWENTER; SILVA, 2002, entre outros) e (ii) a hipótese do gênero semântico (CREUS; MENUZZI, 2004). Com o objetivo de verificar se essas estratégias relativamente inovadoras e mais comuns em língua falada, a saber, pronomes plenos e objetos nulos, já estão consagradas, ou ao menos presentes de maneira significativa em língua escrita, este trabalho se dedica a uma análise de corpora de jornais populares e de redações escolares. Nossos resultados mostram que o clítico tem a tendência de se manter no discurso escrito. Com relação ao uso do objeto nulo, a hipótese do gênero semântico parece promissora, pois explica o fenômeno de retomada anafórica de uma forma mais econômica, por meio de um único traço, e de uma forma mais natural, pois diz respeito a um processo de concordância entre antecedente e forma anafórica.http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/11405retomada anafóricaobjeto nuloportuguês brasileirolíngua escrita.
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