O pertencimento. Para uma ontologia geográfica

Por mais que seja um tema central da fenomenologia, a questão do corpo não foi tratada, até agora, de uma maneira satisfatória. A dificuldade vem do fato de que o corpo é uma resposta muito mais do que uma pergunta, resposta a um problema que nunca foi colocado e cujo tratamento é a única maneira de...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Renaud Barbara
Format: Article
Language:English
Published: Coimbra University Press 2018-10-01
Series:Revista Filosófica de Coimbra
Subjects:
Online Access:https://impactum-journals.uc.pt/rfc/article/view/8181
Description
Summary:Por mais que seja um tema central da fenomenologia, a questão do corpo não foi tratada, até agora, de uma maneira satisfatória. A dificuldade vem do fato de que o corpo é uma resposta muito mais do que uma pergunta, resposta a um problema que nunca foi colocado e cujo tratamento é a única maneira de acceder ao sentido de ser desse corpo. Este problema é o do pertencimento. O que pode significar, de uma maneira mínima e com todo o rigor, ter (ou ser) um corpo senão pertencer ao mundo? O pertencimento define o modo de ser originário do corpo. Portanto, é preciso inverter os termos do problema e parar de julgar como sendo óbvio o fato de que pertenço ao mundo porque tenho um corpo. Na realidade, não é por termos um corpo que pertencemos ao mundo mas, pelo contrário, é na medida em que pertencemos ao mundo que temos um corpo. Trata‑se aqui de tentar aprofundar o sentido desse pertencimento e desenvolver algumas consequências desse novo ponto de partida.
ISSN:0872-0851