HIPERTENSÃO PORTOPULMONAR EM TRANSPLANTE HEPÁTICO: RELATO DE CASO

Introdução: A existência de hipertensão pulmonar associada   hipertensão portal é condição relevante em pacientes cirróticos. Na forma grave,  é uma contraindicação absoluta para o transplante hepático. Relatamos um caso de hipertensão portopulmonar em transplante hepático, com pico hipertensivo se...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: José Carlos Rodrigues Nascimento, Aline Menezes Sampaio, Tayná de Lima Freire, Anderson Emanuel Caliope Castelo Branco Mourão, Antonio Tiago Mota Pinheiro, Felipe Barbosa Lima, David Silveira Marinho, Anderson da Silva Costa
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Transplante de Órgãos 2016-01-01
Series:Brazilian Journal of Transplantation
Subjects:
Online Access:https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/102
Description
Summary:Introdução: A existência de hipertensão pulmonar associada   hipertensão portal é condição relevante em pacientes cirróticos. Na forma grave,  é uma contraindicação absoluta para o transplante hepático. Relatamos um caso de hipertensão portopulmonar em transplante hepático, com pico hipertensivo severo durante reperfusão do enxerto hepático. Relato do caso: Paciente, sexo feminino, 40 anos, capacidade funcional ˂ 4 METs, ASA IV, portadora de hepatopatia alcoólica com hipertensão portopulmonar, insuficiência renal dialítica e cardíaca. Foi evidenciada, no ecodopplercardiograma, pressão sistólica da artéria pulmonar estimada em 30 mmHg, sendo indicado cateterismo cardíaco direito, que mostrou pressão média de 48 mmHg na artéria pulmonar (PMAP). A paciente foi submetida a transplante hepático sob anestesia geral e monitorizada com cateter Swan-Ganz®, que mostrou PMAP de 28 mmHg e pressão venosa central de 24 mmHg. A gasometria na hepatectomia estava normal. A fase anepática cursou sem sangramento considerável e com discreta oscilação da PMAP. Na reperfusão hepática, foi registrada maior variação da PMAP (26-50 mmHg), perdurando por 40 minutos, até o retorno aos valores iniciais, com conduta expectante. Até esse momento, foram ministradas 900 ml de solução plasma-lyte albuminado a 2%. Gasometria arterial após reperfusão, evidenciou acidose metabólica e respiratória com pH de 7,28. No final da cirurgia, a paciente estava hemodinamicamente estável com PMAP de 30 mmHg, tendo sido encaminhada entubada  à UTI. O volume total infundido foi 1650 ml. A paciente foi submetida a transplante renal 24 horas após o transplante hepático e recebeu alta hospitalar sem complicações. Discussão: O manejo anestésico intraoperatório requer o conhecimento das variações da pressão da artéria pulmonar nas fases do transplante hepático. A adequada monitorização do débito cardíaco, da variação do volume sistólico e da pressão de artéria pulmonar permitiram a otimização do uso de drogas vasoativas e da reposição de fluidos. Apesar da restrição hídrica ser descrita como forma adequada de controlar a sobrecarga volêmica na fase de reperfusão hepática, que é fator de instabilidade cardiovascular nesses pacientes, nesse caso, essa medida de restrição volêmica adotada, sem o uso de droga vasodilatadora pulmonar, não foi capaz de prevenir o aumento súbito da PMAP na reperfusão do enxerto.
ISSN:2764-1589