Summary: | Historicamente, nossa sociedade se construiu a partir de um modelo masculino de organização, e ao longo de sua constituição promoveu e ratificou formas de violência contra as mulheres, sempre fundamentadas na concepção de fragilidade e sensibilidade femininas, que traziam implicadas as noções de inferioridade e submissão. Como militantes e em busca por igualdade, as mulheres saíram às ruas e seus corpos tornaram-se discursos que trazem o “avesso” da história de dominância, construindo outras possibilidades de sentido e de memória na luta contra o machismo. Neste artigo, nosso objetivo é observar, em algumas publicações em redes sociais, o lugar atribuído à mulher e ao feminismo no bojo de estereotipias e imaginários cristalizados em nossa sociedade e que ocupam nosso espaço discursivo. Para tal, nosso material é composto por quatro memes publicados no Instagram ressaltando, sobretudo, esse ideal dominante pré-determinado e utópico acerca do papel da mulher, satirizando a luta e a resistência configurada pelos movimentos sociais e, em especial, o feminismo. Nesse sentido, nossa empreitada analítica estará embasada nos pressupostos teóricos da análise do discurso de matriz francesa, especialmente, em considerações acerca das noções de memória e pré-construído.
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