IMPACTO DA HIDROXICARBAMIDA NAS VIAS DE ADAPTAÇÃO REDOX EM INDIVÍDUOS COM ANEMIA FALCIFORME

Objetivo: Determinar a influência do tratamento com Hidroxicarbamida (HC) em pessoas com anemia falciforme (AF) avaliando níveis de expressão de genes associados às vias de sinalização redox. Materiais e métodos: Foram analisadas 21 amostras de sangue total, acondicionados em tubos de EDTA, de indiv...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: ILR Santana, VS Bernardo, MFM Filho, AC Godinho, SRND Carmo, FB Fernandes, DGH Silva, LPR Venancio
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923003644
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description Objetivo: Determinar a influência do tratamento com Hidroxicarbamida (HC) em pessoas com anemia falciforme (AF) avaliando níveis de expressão de genes associados às vias de sinalização redox. Materiais e métodos: Foram analisadas 21 amostras de sangue total, acondicionados em tubos de EDTA, de indivíduos com idade entre 18-40 anos com AF – sendo 12 sob uso de HC e 9 não – em acompanhamento no programa de Doença Falciforme de Barreiras-BA, localizado no Centro de Saúde Leonídia Ayres (CAAE nº 29075620.6.0000.5026). O RNA foi extraído de reticulócitos utilizando TRI reagente. Os níveis de transcritos dos genes que codificam para os fatores de transcrição NRF2 e ATF4, seus moduladores (KEAP1, AKT e PI3K), bem como de importantes antioxidantes (SOD1, CAT, PRDX1 e GPX) foram avaliados por RT-qPCR. O gene Beta Actina foi utilizado como controle endógeno. Análises foram realizadas utilizando General Linear Models (GLM) no formato ANCOVA, com correção para idade e gênero, sendo p < 0,05 considerado estatisticamente significativo. Resultados: Os genes que codificam para AKT, PI3K e NRF2 mostraram-se hiperexpressos ̃10, 2 e 4x no grupo em uso de HC, respectivamente. Por outro lado, os genes que codificam para CAT e GPX1 mostraram-se hipoexpressos, ̃1,5x em ambos. Além disso, foi observado um padrão de indução ̃4x da expressão de KEAP1 no grupo sob uso de HC, e um padrão de redução para os genes PRDX1 e SOD1 nas amostras de indivíduos sem HC. Discussões: Dados in vitro, em modelos PBMC e HUVEC, sugerem que a HC elimina diretamente espécies reativas e induz a expressão de genes antioxidantes induzindo a via de sinalização do NRF2. Os dados deste estudo, in vivo, corroboram parcialmente os dados in vitro, uma vez que se observou modulação da expressão de genes da via, mas não se relacionando com aumento dos níveis de transcritos dos antioxidantes avaliados, sendo explicado pelos altos níveis de KEAP1. A hipótese é que os níveis de proteína codificada por este gene sejam semelhantes aos níveis de transcritos produzidos, afetando diretamente ativação da transcrição dos genes antioxidantes avaliados. Outra hipótese é que a regulação da via ocorra majoritariamente em momento anterior à eritropoiese. Conclusão: A homeostase redox é importante para a função e viabilidade celular. Por isso, há cada vez mais evidências da sua relação com mecanismos fisiopatológicos primários ou secundários da AF. Nesse sentido, os dados apresentados demonstram a influência da HC em vias centrais da homeostase redox e a importância da expansão da compreensão dos mecanismos envolvidos nessa resposta adaptativa. A relação deste medicamento sobre os mecanismos celulares de adaptação redox pode revelar resultados promissores na determinação do mecanismo de ação do HC alavancando preceitos fundamentais para futura implementação de antioxidantes como alternativas terapêuticas no tratamento da AF.
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