Summary: | Resumo Nos últimos dez anos, a expansão do Ensino Superior brasileiro, por meio de diferentes políticas públicas, também aumentou a necessidade de um número maior de professores. No entanto, a formação de docentes não tem acompanhado essa demanda em ritmo e qualidade, já que os programas de pós-graduação priorizam a formação de pesquisadores. Um dos poucos momentos voltados à formação docente é o estágio, embora sua prática seja, muitas vezes, negligenciada pelos programas (JOAQUIM, NASCIMENTO, BOAS et al., 2011; JOAQUIM e BOAS, 2011; SANTOS e HELAL, 2013). Acreditando que o estágio docente pode constituir um espaço rico para o aprendizado do pós-graduando, este artigo tem por objetivo apresentar elementos inerentes à prática do estágio docente, refletindo sobre ela a partir de uma narrativa confessional conjunta. Essa reflexão é desenvolvida a partir de relatos e discussões de professor e aluna, registrados em seus diários de aula durante o estágio docente e apresentados aqui de modo confessional (VAN MAANEN, 1995, 2011, 2015). Da experiência empírica e das leituras teóricas, entendemos que três pontos se destacaram: o processo de formação docente e os dilemas na preparação do ensinar e do pesquisar; os aspectos técnicos do estágio docente; e a vivência do estágio docente como uma via de aprendizagem recíproca, na qual estagiário e professor descobrem o que é desempenhar essa atividade, como vivenciamos em nossa experiência. Este artigo não tem a pretensão de encerrar a discussão, mas instigar a reflexão sobre práticas de ensino e carreira docente no contexto nacional.
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