Representações de um passado deslembrado. A infância no exílio político nos filmes de Flávia Castro

Sabe-se que os exilados nutrem uma constante necessidade de reconstruir sua identidade (Said 2003) e, por vezes, têm a tarefa de desconstruir e reorganizar narrativas que cultivem a memória. A memória, por conseguinte, se configura como uma interpretação do passado e, portanto, como um processo de...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Laís Gonçalves Natalino
Format: Article
Language:English
Published: Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho 2022-06-01
Series:Diacrítica
Subjects:
Online Access:https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/4917
Description
Summary:Sabe-se que os exilados nutrem uma constante necessidade de reconstruir sua identidade (Said 2003) e, por vezes, têm a tarefa de desconstruir e reorganizar narrativas que cultivem a memória. A memória, por conseguinte, se configura como uma interpretação do passado e, portanto, como um processo de reconstrução deste passado a partir do presente e através da(s) linguagem(ens). Partindo do conceito de geração pós-memorial de Hirsch (2012), o presente artigo tem como objetivo analisar as narrativas fílmicas Diário de uma busca (2010) e Deslembro (2018), destacando a transmeabilidade entre a ficção e o real e aludindo ao binômio memória e história.  Para tanto, ancoro-me na concepção de tradução como recriação, representação e reprodução de memórias e fundamento minhas discussões em abordagens teóricas que se referem a processos de adaptação cultural e tradução intersemiótica. Em suma, a pesquisa observa as semelhanças e diferenças na construção das narrativas e no modo como a realizadora Flávia Castro traduz suas memórias da ditadura brasileira e do exílio político em diferentes formatos fílmicos, a saber, em um documentário e em uma ficção. 
ISSN:0870-8967
2183-9174