A cultura invisível
A cultura (imaterial) indígena vive apenas em suas materializações, visíveis ou invisíveis. Dar a ver, revelar ”” assim como ocultar ”” essa ‘cultura’ é parte da vida (“social”) indígena ”” é toda ela, se esta vida deve ser vivida em termos de conhecimentos, práticas, discursos, interpretações, exp...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de Brasília
2018-02-01
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Series: | Anuário Antropológico |
Subjects: | |
Online Access: | https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7035 |
Summary: | A cultura (imaterial) indígena vive apenas em suas materializações, visíveis ou invisíveis. Dar a ver, revelar ”” assim como ocultar ”” essa ‘cultura’ é parte da vida (“social”) indígena ”” é toda ela, se esta vida deve ser vivida em termos de conhecimentos, práticas, discursos, interpretações, expectativas e significados específicos cuja relativa coerência os antropólogos constroem como cultura. Pois é por meio dos efeitos produzidos por essas revelações e esses ocultamentos que são tecidas as relações (“sociais”) de que se faz a vida dos humanos ”” relações com outros humanos, animais, espíritos, brancos. Tecidas de uma maneira específica, porque do que se trata é de relações específicas (entre pessoas, humanas ou não, determinadas), cuja qualidade se reconhece por certas formas específicas (a beleza do padrão; a quantidade de enfeites; a eficácia do remédio). Por meio de alguns exemplos pinçados na literatura recente, relativos a saberes xamânicos, ornamentação e pintura corporal, este artigo procura tematizar os possíveis efeitos da constituição de contextos revelatórios que determinam esses conhecimentos como “cultura”, no bojo do debate recente sobre patrimônio imaterial e conhecimentos tradicionais.
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ISSN: | 0102-4302 2357-738X |