A DOMESTICAÇÃO DE UM TEXTO NÃO TÃO SELVAGEM: A TRADUÇÃO DA PEÇA SAVAGES (HAMPTON, 1974) COMO PROCESSO DE (RE)POLITIZAÇÃO

Este trabalho discute alguns aspectos da tradução da peça Savages, de Christopher Hampton (1974). Como intuito principal, proponho uma reflexão acerca das dificuldades encontradas durante o processo tradutório, tendo em vista a distância temporal e espacial dos contextos de partida e de chegada. O r...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Davi Silva GONÇALVES
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Brasília 2017-12-01
Series:Belas Infiéis
Subjects:
Online Access:http://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/28265
Description
Summary:Este trabalho discute alguns aspectos da tradução da peça Savages, de Christopher Hampton (1974). Como intuito principal, proponho uma reflexão acerca das dificuldades encontradas durante o processo tradutório, tendo em vista a distância temporal e espacial dos contextos de partida e de chegada. O referencial teórico escolhido para tal análise literária e tradutória se situa, principalmente, nas discussões propostas por Lawrence Venuti (2002) e Stuart Hall (2003). Aspectos culturais, históricos e políticos se interseccionam na trama de Hampton que, apesar de inglês, escreve sobre o Brasil – aspectos estes que inevitavelmente influenciam diretamente as escolhas tradutórias, tendo em vista a indissociabilidade entre texto(s) e contexto(s). Acredito que a análise e a tradução dessa peça possam contribuir para um maior enriquecimento naquilo que tange o seu debate acerca da extinção indígena, principalmente na região amazônica, do golpe militar de 1964 e do surgimento de organizações de resistência a tal regime. Trata-se este debate do foco principal deste artigo, sendo o “traduzir” muitas vezes sinônimo do “politizar” – em um momento político que carece de diálogo, bem como no qual reina o esquecimento com relação àquilo que o objeto aborda.
ISSN:2316-6614