Summary: | O olhar do pesquisador arqueólogo para a paisagem que escava (o seu objeto de pesquisa)
é traduzido por meio de sua experiência e vivência em campo e da permanente construção
e desconstrução dos processos metodológicos e teóricos na prática e na reflexão de sua
disciplina – a Arqueologia. A partir da experiência arqueológica de campo, da participação
da equipe brasileira na ilha de Despotiko, na Grécia, em junho/julho de 2017, é nossa
intenção mostrar, neste artigo, em que medida a fotografia, na práxis arqueológica, tem a
função de registro do sítio (dos objetos encontrados e da nova paisagem que se revela a
cada escavação) e de preservação de memória (do próprio sítio e seus achados e da
equipe em determinada campanha de escavação). Em última análise, trata-se de discutir a
fotografia como ferramenta fundamental em captar o fazer arqueológico na paisagem do
Mediterrâneo e no resgate de um passado refletido no presente. Para tanto,
apresentaremos um breve panorama da constituição da Arqueologia Clássica e do
Mediterrâneo enquanto disciplina científica no Brasil, assim como um breve histórico da
pesquisa arqueológica no santuário de Apolo na pequena ilha de Despotiko, no Mar Egeu.
A fotogrametria, uma técnica derivada da fotografia, também será apresentada como uma
das ferramentas mais atuais para o registro de construções antigas em escavações.
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