As culturas binárias e ternárias: da intolerância à tradução semiótica

Com base na formulação proposta pelo semioticista da cultura Iuri  Lotman, interessa-nos discutir de que maneira as estruturas binárias elucidam  o funcionamento semiótico da intolerância, diferentemente do que ocorre com  as estruturas ternárias, que se caracterizam pela ambivalência e pelo  inter...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Regiane Miranda de Oliveira Nakagawa, Fábio Sadao Nakagawa
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo, Letras e Ciências Humanas 2022-12-01
Series:Estudos Semióticos
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/198470
Description
Summary:Com base na formulação proposta pelo semioticista da cultura Iuri  Lotman, interessa-nos discutir de que maneira as estruturas binárias elucidam  o funcionamento semiótico da intolerância, diferentemente do que ocorre com  as estruturas ternárias, que se caracterizam pela ambivalência e pelo  intercâmbio com diferentes esferas culturais. Ambas serão exploradas como  tipologias que, segundo Lotman, prevê a apreensão das culturas como sistemas  de linguagens que se organizam com base na presença de um dominante. Assim,  no caso das estruturas binárias, isso ocorre por meio da dinâmica espacial  estabelecida entre interior/ exterior ou dentro/ fora, da qual decorre a  separação entre a “cultura própria” e o “alheio”, de modo que tudo o que não faz  parte da primeira é visto como uma ameaça, gerando a intolerância. Por outro  lado, nas estruturas ternárias, o “diferente” é considerado fonte de informação  pela qual se constroem individualidades caracterizadas pela diversidade e pela  heterogeneidade semiótica. Com essa discussão, objetivamos indicar de que  maneira se dá a compreensão da intolerância como um fenômeno semiótico  cultural e como ela é constantemente tensionada pelo movimento do espaço  semiótico de relações.  
ISSN:1980-4016