As culturas binárias e ternárias: da intolerância à tradução semiótica
Com base na formulação proposta pelo semioticista da cultura Iuri Lotman, interessa-nos discutir de que maneira as estruturas binárias elucidam o funcionamento semiótico da intolerância, diferentemente do que ocorre com as estruturas ternárias, que se caracterizam pela ambivalência e pelo inter...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de São Paulo, Letras e Ciências Humanas
2022-12-01
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Series: | Estudos Semióticos |
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Online Access: | https://www.revistas.usp.br/esse/article/view/198470 |
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author | Regiane Miranda de Oliveira Nakagawa Fábio Sadao Nakagawa |
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Com base na formulação proposta pelo semioticista da cultura Iuri Lotman, interessa-nos discutir de que maneira as estruturas binárias elucidam o funcionamento semiótico da intolerância, diferentemente do que ocorre com as estruturas ternárias, que se caracterizam pela ambivalência e pelo intercâmbio com diferentes esferas culturais. Ambas serão exploradas como tipologias que, segundo Lotman, prevê a apreensão das culturas como sistemas de linguagens que se organizam com base na presença de um dominante. Assim, no caso das estruturas binárias, isso ocorre por meio da dinâmica espacial estabelecida entre interior/ exterior ou dentro/ fora, da qual decorre a separação entre a “cultura própria” e o “alheio”, de modo que tudo o que não faz parte da primeira é visto como uma ameaça, gerando a intolerância. Por outro lado, nas estruturas ternárias, o “diferente” é considerado fonte de informação pela qual se constroem individualidades caracterizadas pela diversidade e pela heterogeneidade semiótica. Com essa discussão, objetivamos indicar de que maneira se dá a compreensão da intolerância como um fenômeno semiótico cultural e como ela é constantemente tensionada pelo movimento do espaço semiótico de relações.
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