Perfil clínico epidemiológico das crianças e dos adolescentes vítimas de violência sexual atendidos em centro de referência

Introdução: a Organização Mundial da Saúde considera o abu-so sexual um dos maiores problemas de saúde pública. Tal agravo atinge crianças e adolescentes, muitas vezes silenciosamente, po-dendo envolver outros tipos de maus-tratos. Objetivo: avaliar o perfil clínico-epidemiológico de crianças e ado...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Klisia Verona Matos de Souza
Format: Article
Language:English
Published: Zeppelini Editorial e Comunicacao 2023-02-01
Series:DST
Subjects:
Online Access:https://www.bjstd.org/revista/article/view/1052
Description
Summary:Introdução: a Organização Mundial da Saúde considera o abu-so sexual um dos maiores problemas de saúde pública. Tal agravo atinge crianças e adolescentes, muitas vezes silenciosamente, po-dendo envolver outros tipos de maus-tratos. Objetivo: avaliar o perfil clínico-epidemiológico de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, atendidos no Ambulatório do ACAVV (Atendimento a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência) do Hospital Uni-versitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense no Rio de Janeiro, Brasil. Métodos: trata-se de uma série de casos de 260 pacientes de zero a 18 anos vítimas de abuso sexual atendidos no serviço no período de 2004 a 2010. Modelos de regressão logística simples e múltiplo foram utilizados na análise estatística, considerando abuso crônico como variável dependente. Resultados: no perfil clínico-epidemiológico das vítimas predominaram sexo feminino (89,8%), adolescentes (70,8%), abuso sexual agudo (60%), sexo vaginal (54,9%), ocorrência no ambiente extrafamiliar (63%) e com agressores conhecidos (70,1%). O abuso aconteceu usualmente em espaço privado (58,8%), sob algum tipo de intimidação (66,7%). Observou-se associação estatisticamente significativa entre a presença de outros maus-tratos com abuso sexual crônico (OR = 2,24; IC 95%: 1,13-4,42), sendo a residência das vítimas o local com a maior chance de ocorrer esse tipo de abuso. Conclusão: meninas adolescentes sofreram mais episódios de abuso sexual e, independentemente da classificação (agudo ou crônico), crianças e adolescentes são usualmente vítimas de agressores conhecidos, com os quais convivem e confiam. Profissionais de saúde precisam estar atentos aos fatores de vulnerabilidade relacionados aos episódios de violência quando uma situação de abuso sexual for suspeitada.
ISSN:2177-8264